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CPI vai investigar concessões das teles
Período vai abranger contratos de telefonia fixa e celular assinados pela agência reguladora desde 1997
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
As companhias telefônicas e
o governo foram surpreendidos
com a aprovação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar todos os
contratos de concessão de telefonia fixa e, ainda, os contratos
de outorga de telefonia celular
assinados pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) a partir de 1997.
A CPI surpreendeu não só
pela rapidez na aprovação do
requerimento (duas semanas)
mas pela amplitude da investigação pretendida. O período citado abrange desde contratos
de concessão de telefonia fixa e
de celular firmados antes da
privatização da Telebrás, em
98, até contratos de renovação
das teles privatizadas, em 2005.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Wellington
Fagundes (PR-MT). A alegação
é que os consumidores têm sido marginalizados nos contratos firmados entre a Anatel e as
empresas e que os contratos
são pouco transparentes e de
eficácia duvidosa.
Como prova, cita a liderança
das teles nas reclamações nos
Procons, o aumento acumulado das tarifas acima da inflação
na assinatura básica e as dificuldades dos usuários para
cancelar contratos de serviços.
Confirmando o receio das
empresas de que os deputados
ampliem o escopo da CPI, Fagundes afirmou à Folha que
quer investigar também o papel das teles na fiscalização dos
grampos clandestinos.
Fagundes foi um dos parlamentares arrolados na CPI das
Sanguessugas como suspeito
de envolvimento com a "máfia
das ambulâncias". A acusação
foi arquivada pela Câmara e pela Justiça, mas, para alguns
executivos do setor, isso explicaria o interesse em discutir os
grampos. O deputado rebate a
insinuação dizendo que começou a pressão das teles.
A CPI é apoiada por organizações não-governamentais de
defesa do consumidor, que se
preparam para subsidiar os deputados com informações.
A Anatel declarou não ter comentário sobre a CPI. Foi a
mesma posição pela Abrafix,
que representa as concessionárias de telefonia fixa, e da Acel,
das operadoras de celular.
Já o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que a
CPI atrasará a discussão na Casa de assuntos importantes para o setor, como a modificação
da Lei Geral das Telecomunicações. "Fazer uma CPI para
analisar contratos que já foram
revistos pelo governo, pela imprensa, não leva a lugar nenhum", afirmou.
Colaborou a Folha Online, em Brasília
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