São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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EUA, Brasil e UE aceleram "commoditização" do álcool

Informação é do Departamento de Estado dos EUA

DA BLOOMBERG

Estados Unidos, Brasil e UE (União Européia) estão acelerando medidas para criar padrões mundiais para o álcool e tornar o combustível alternativo uma commodity negociada internacionalmente, o que ampliará seu uso, disse Gregory Manuel, do Departamento de Estado dos EUA.
Os dirigentes do governo e do setor que estão discutindo o plano deverão finalizar os métodos de estandardização para analisar as propriedades de álcool -como teor de água e de energia- até dezembro, quatro anos antes do programado, disse Manuel. Em seguida, o grupo começará a fixar os padrões referentes a esses teores.
"Estados Unidos, Brasil e UE concordaram em agilizar o processo", disse Manuel, assessor especial da secretária de Estado, Condoleezza Rice. "O que alcançamos até agora poderia ter levado vários anos, e fizemos em vários meses."
Para ele, os padrões permitirão que negociadores do mundo inteiro façam transações com álcool nos mesmos moldes de gasolina, petróleo, cobre, açúcar e outras commodities, impulsionando o emprego do combustível. Atualmente, um comprador da Suécia tem de mandar engenheiros para as usinas do Brasil para testar o combustível antes de comprá-lo para revendê-lo a motoristas dos Saabs e Volvos flex do país escandinavo, disse. "Poderemos vislumbrar um mundo em que começaremos realmente a substituir a gasolina por álcool. As transações são uma função da commoditização."
Os padrões a serem fixados também vão contribuir para os esforços realizados pelos EUA de aumentar a porcentagem de álcool usada nos motores movidos a gasolina comum, disse Douglas Faulkner, vice-subsecretário de desenvolvimento rural do Usda, o Departamento de Agricultura. O Departamento de Proteção Ambiental (EPA, nas iniciais em inglês) está estudando os efeitos do aumento do atual limite de 10% para a mistura do álcool na gasolina vendida nos EUA, disse Faulkner.
O esforço para fixar padrões mundiais para o álcool envolve cerca de 600 laboratórios nos Estados Unidos, no Brasil e na Europa, bem como funcionários dos respectivos governos, fabricantes do produto e de motores veiculares. Depois de aprovar os padrões, cada governo terá de codificá-los nas regulamentações, disse Manuel.
Existem 147 destilarias de álcool nos Estados Unidos, o maior produtor, consumidor e importador do combustível, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis de Wa- shington. As usinas, que empregam principalmente o milho, têm capacidade para produzir mais de 8,5 bilhões de galões (32,2 bilhões de litros) do combustível ao ano. Outras 55 unidades de produção estão sendo construídas e seis vêm sendo ampliadas para incorporar 5 bilhões de galões de capacidade, disse a associação em 30 de maio.
As remessas de álcool do Brasil, o maior exportador mundial, deverão crescer para até 4,5 bilhões de litros este ano, comparativamente aos 3,2 bilhões de 2007, impulsionadas pela demanda da parte de Estados Unidos e Europa, disse Marcos Jank, presidente da Unica (União da Indústria Canavieira de São Paulo), no mês passado. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial do combustível.
A UE importou um volume recorde de 1 bilhão de litros do combustível no ano passado -quase tudo do Brasil-, segundo a Associação Européia de Bioetanol.
O presidente dos EUA, George W. Bush, fixou a meta de aumentar a utilização de combustíveis renováveis nos EUA para 36 bilhões de galões até 2022, a partir dos 9 bilhões de galões definidos para este ano.


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