São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


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AVIAÇÃO
Grandes controladores brasileiros, como Bozano, Simonsen e fundos Previ e Sistel, terão menos de 48% dos papéis
Embraer passa a ter ações na Bolsa de NY

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Embraer deve ser, a partir de hoje, a mais nova companhia brasileira com ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York.
A empresa finalizava ontem à tarde os procedimentos para ter a autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para o lançamento de papéis, no valor de cerca de R$ 600 milhões.
Os principais acionistas da empresa -a holding Bozano, Simonsen, os fundos de pensão Previ e Sistel e a BNDESpar, braço investidor do BNDES- pretendem vender 12,63% dos 60% de ações com direito a voto que possuem na companhia, o que fará com que passem a ter menos de 48% dos papéis.
No ano passado, quando a ex-estatal vendeu 10% das ações com direito a voto para um consórcio de empresas francesas, setores das Forças Armadas criticaram a operação por entender que a empresa responde por um setor vital ao país -a construção de aviões civis e militares.
A Embraer alegou, na época, que o controle da companhia continuava nas mãos de brasileiros. A operação de hoje não deve mudar o quadro, já que os 12,63% deverão ser pulverizados entre acionistas nos EUA e Brasil. Além da venda de títulos de acionistas, o processo de hoje envolverá o lançamento de novos papéis.

Caças
O relacionamento da Embraer com as Forças Armadas também tem melhorado diante da decisão da empresa de se dedicar mais à produção de aeronaves militares. O presidente da empresa, Maurício Botelho, já afirmou que pretende elevar de 10% para 25% a participação de aeronaves militares na receita da companhia. Nos tempos de estatal, o percentual chegou a 40%.
A assessoria da Aeronáutica informou ontem à Folha que o ministério começou a estudar a maneira como serão gastos os US$ 3,354 bilhões que o governo autorizou, no último dia 13, para serem gastos na renovação do controle aéreo do país em oito anos. A Embraer deve ser uma das empresas a participar das concorrências para a aquisição de novas aeronaves.
Pelo menos seis novos modelos militares estão sendo projetados pela Embraer. A FAB (Força Aérea Brasileira) tem hoje 754 aeronaves, sendo cerca de 20 Mirage da década de 70. Esses modelos são fabricados pela francesa Dassault, uma das sócias da Embraer e que participa de intercâmbio tecnológico com a companhia.



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