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AVIAÇÃO
Grandes controladores brasileiros, como Bozano, Simonsen e fundos Previ e Sistel, terão menos de 48% dos papéis
Embraer passa a ter ações na Bolsa de NY
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embraer deve ser, a partir de
hoje, a mais nova companhia brasileira com ações negociadas na
Bolsa de Valores de Nova York.
A empresa finalizava ontem à
tarde os procedimentos para ter a
autorização da CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) para o
lançamento de papéis, no valor de
cerca de R$ 600 milhões.
Os principais acionistas da empresa -a holding Bozano, Simonsen, os fundos de pensão
Previ e Sistel e a BNDESpar, braço
investidor do BNDES- pretendem vender 12,63% dos 60% de
ações com direito a voto que possuem na companhia, o que fará
com que passem a ter menos de
48% dos papéis.
No ano passado, quando a ex-estatal vendeu 10% das ações com
direito a voto para um consórcio
de empresas francesas, setores
das Forças Armadas criticaram a
operação por entender que a empresa responde por um setor vital
ao país -a construção de aviões
civis e militares.
A Embraer alegou, na época,
que o controle da companhia
continuava nas mãos de brasileiros. A operação de hoje não deve
mudar o quadro, já que os 12,63%
deverão ser pulverizados entre
acionistas nos EUA e Brasil. Além
da venda de títulos de acionistas,
o processo de hoje envolverá o
lançamento de novos papéis.
Caças
O relacionamento da Embraer
com as Forças Armadas também
tem melhorado diante da decisão
da empresa de se dedicar mais à
produção de aeronaves militares.
O presidente da empresa, Maurício Botelho, já afirmou que pretende elevar de 10% para 25% a
participação de aeronaves militares na receita da companhia. Nos
tempos de estatal, o percentual
chegou a 40%.
A assessoria da Aeronáutica informou ontem à Folha que o ministério começou a estudar a maneira como serão gastos os US$
3,354 bilhões que o governo autorizou, no último dia 13, para serem gastos na renovação do controle aéreo do país em oito anos. A
Embraer deve ser uma das empresas a participar das concorrências para a aquisição de novas aeronaves.
Pelo menos seis novos modelos
militares estão sendo projetados
pela Embraer. A FAB (Força Aérea Brasileira) tem hoje 754 aeronaves, sendo cerca de 20 Mirage
da década de 70. Esses modelos
são fabricados pela francesa Dassault, uma das sócias da Embraer
e que participa de intercâmbio
tecnológico com a companhia.
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