São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2004

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INSS

CUT e Força querem redução da carga tributária e apóiam recuo sobre contribuição

Centrais pedem "coragem" ao governo

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical defendem que o desconto da contribuição previdenciária patronal seja feito sobre o faturamento das empresas.
As duas centrais sindicais -que juntas informam representar 40 milhões de trabalhadores no país - acreditam que o governo precisa ter "coragem" para diminuir juros, implementar medidas que resultem na redução da carga tributária e criar empregos, com a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário.
Na semana passada, o governo elevou a alíquota da contribuição previdenciária das empresas de 20% para 20,6% para viabilizar o pagamento da correção dos benefícios dos aposentados e pensionistas do INSS. Mas recuou ontem e disse que a fonte para custear o pagamento da correção virá de uma redução do pacote tributário que está sendo preparado para compensar as empresas pelo aumento da alíquota da Cofins.
A CUT defende uma negociação entre trabalhadores, empresários e governo baseada na redução da carga tributária com a contrapartida de investimentos na produção. "Tem de haver um mecanismo de compensação que permita que, a cada redução dos tributos e da taxa de juros, as empresas invistam na produção. O governo tem também de retomar a redução dos juros", diz Luiz Marinho, presidente da CUT.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), se o governo mantivesse o aumento da contribuição sobre a folha de pagamento, iria incentivar as empresas a contratar sem registro e elevar a informalidade no país. "Aumentar imposto quando o próprio governo lançou a campanha da carteira de trabalho assinada é incentivar a informalidade. O governo deveria ter coragem de enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para desonerar a folha de pagamento em vez de assinar uma medida provisória para aumentar a carga tributária", diz Eleno Bezerra, presidente do sindicato.
Representantes de seis centrais sindicais entregam hoje ao ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, abaixo-assinado para pedir redução da jornada de trabalho sem corte nos salários. Estudo do Dieese mostram que a redução da jornada poderia criar 2,8 milhões de novas vagas. Mais de 100 mil assinaturas foram coletadas em todo o país a favor da redução da jornada.


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