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COMUNICAÇÕES
Ministro vai sugerir a operadoras fim de chamadas gratuitas embutidas
Costa quer negociar redução de 15% na assinatura de teles
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Hélio Costa (Comunicações) se reúne amanhã com
as operadoras de telefonia fixa para tratar da redução da cobrança
de assinatura básica. Costa já
adiantou um possível começo de
conversa com as empresas: redução de 15% do valor cobrado hoje.
"Isso é o mínimo que cairia. Pode
ser mais. É um começo de conversa", disse o ministro.
Pela proposta, a redução teria
como contrapartida o fim das ligações gratuitas -medidas em
cem pulsos- embutidas no valor
da assinatura.
O pulso telefônico é uma medida aleatória e imprecisa de tempo,
que equivale a cerca de quatro minutos (um pulso é contado quando a ligação é completada, outro é
aleatório entre zero e quatro minutos após o início da ligação e, a
partir daí, um pulso é contado a
cada quatro minutos). Aos domingos e na madrugada, um único pulso é cobrado por ligação.
Ou seja, no valor atual da assinatura mensal de telefonia fixa,
está embutido o custo de aproximadamente seis horas e 40 minutos em ligações locais. A idéia é
criar a possibilidade de uma assinatura mais barata, sem a franquia. O consumidor pagaria por
todos os pulsos que usasse.
A Anatel já trabalhava com essa
idéia para os novos contratos com
as operadoras, que entram em vigor a partir de janeiro. Nesses novos contratos, as operadoras não
poderão mais medir as ligações
por pulsos. A medição de tempo
será feita em minutos.
Hoje, a Telefônica cobra R$
38,13 (com impostos) por mês de
seus assinantes residenciais a título de assinatura básica. No Rio de
Janeiro, a Telemar cobra R$ 41,26.
Costa disse, no entanto, que espera mais das empresas. "É um
assunto que não tem mais como
evitar nem parar", afirmou. "Vamos conversar amistosamente,
mas não vou deixar eles saírem
sem fazer uma proposta", disse.
O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Elifas Gurgel, já esteve com
Costa para tratar do assunto. "Vamos caminhar em uma mesma linha. Vamos analisar todos os impactos, inclusive econômico, da
proposta", disse o ministro.
Em entrevista, o ministro foi
questionado sobre a possibilidade
de as teles alegarem a carga tributária para justificar o custo da assinatura. "Aí vou pedir para ver os
lucros [das teles]. Se elas estiverem no prejuízo, ficarei penalizado. Imposto todo mundo paga."
Desde a privatização, as teles
concentram o reajuste de tarifas
na valor da assinatura. O resultado é que o valor da assinatura subiu aproximadamente 172%.
No mesmo período, o IGP-DI,
índice de inflação que corrige, por
contrato, as tarifas do setor, acumulou alta menor, de 127,7%. O
aumento médio concedido para a
chamada "cesta de tarifas" (habilitação, assinatura e pulso) foi
bem menor: 96,18%.
Isso aconteceu porque, pelas regras, as teles podem aumentar em
até nove pontos percentuais além
do IGP-DI acumulado nos 12 meses anteriores ao reajuste um determinado item da cesta de tarifas, desde que o reajuste médio
não ultrapasse o teto.
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para comentar as declarações do ministro, a
Abrafix (Associação Brasileira
das Operadoras de Telefonia Fixa) não se pronunciou.
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