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PRODUÇÃO
Novo texto beneficia empresa que exporta ao menos 50% da produção e investimentos em energia para consumo familiar
Relator amplia alívio fiscal da "MP do Bem"
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da "MP do Bem", deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), decidiu alterar o texto da
medida provisória para ampliar o
alívio fiscal concedido aos exportadores, reduzir a carga tributária
sobre o consumo familiar de
energia elétrica e atender a empresas de menor porte.
Mattos propõe que os benefícios para investimentos voltados
à exportação incluam empresas
que exportam pelo menos 50% da
produção -e não 80%, como
propôs o governo. Mattos incluiu
o setor elétrico em seu relatório,
mas limitando a redução de tributos apenas para investimentos
que atendem o consumo de energia das famílias e do setor rural.
O deputado entrega hoje ao secretário-executivo do Ministério
da Fazenda, Murilo Portugal, a
minuta do relatório com a síntese
das propostas de alterações que o
projeto do governo recebeu no
Congresso. Foram analisados 443
pedidos de emendas.
"A MP 252 [nome oficial da
"MP do Bem"] é muito restrita.
Mas não deu para incluir todos os
pontos necessários para fazer ela
ser realmente do bem, por causa
das limitações fiscais. Da maneira
como foi elaborada, só beneficia
os grandes investimentos", disse.
O governo tem evitado revelar
quantas empresas exportam 80%
da produção, mas a Associação
Brasileira de Exportadores estima
que sejam cerca de 200 empresas.
O texto de Mattos inclui cinco
pontos fundamentais, segundo
disse o deputado. Ele sugere que
no primeiro ano de vigência da
MP 252, a isenção das contribuições sociais PIS e Cofins na aquisição de novos equipamentos seja
oferecida a empresas que exportam 50% da produção. No segundo ano, o benefícios seriam restritos às que exportam 65% da produção; e, no terceiro ano, para as
que exportam 80%.
A MP excluiu desses benefícios
as empresas inscritas no regime
de pagamento de tributos pelo
sistema de lucro presumido (que
requer menos burocracia) e as pequenas empresas inscritas no
Simples. Mattos incluiu essas empresas em seu texto. "Geralmente
quem opta pelo sistema de lucro
presumido são empresas médias,
e o governo não as incluiu por
uma questão técnica", disse.
Ele também propõe a redução
do prazo para a utilização de créditos acumulados pelo pagamento da PIS e da Cofins na aquisição
de equipamentos de 24 meses para 12 meses, assim que a MP entrar em vigor. Depois disso, o prazo seria reduzido gradualmente,
durante um período de 18 meses,
até chegar a um mês.
Para o setor elétrico, ele sugere
que as empresas que prestam serviços às famílias e às zonas rurais
voltem a recolher PIS e Cofins pelo sistema cumulativo e não pelo
atual sistema de agregação de valor que resultou em aumento da
carga tributária. "Essa é uma reivindicação de todo o setor. Mas
para atender a todos, o governo
teria que abrir mão de R$ 3 bilhões por ano em arrecadação, o
que é inviável".
O deputado não sabe dizer o tamanho da renúncia fiscal adicional provocada por suas propostas, mas estima que a alteração do
sistema de recolhimento para o
consumo de energia gere perdas
de R$ 700 milhões por ano. Com o
texto original, o governo contava
com renúncia fiscal de R$ 1,5 bilhão neste ano e de R$ 3,3 bilhões
no ano que vem.
A medida provisória 252 tem
que ser votada na Câmara até o
dia 2 de agosto, caso contrário,
nada poderá ser votado pelos deputados.
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