São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

Texto Anterior | Índice

Fed mantém política, diz Greenspan

Larry Downing/Reuters
Alan Greenspan durante discurso a comitê da Câmara dos EUA


DA REDAÇÃO

A economia americana continua sólida e as taxas de juros precisam continuar subindo no país para deter a inflação, disse ontem Alan Greenspan, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
Em seu depoimento semestral ao comitê de serviços financeiros da Câmara, Greenspan identificou três "incertezas significativas", no entanto: as pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho, os altos preços de energia e o "enigma" das taxas de juros de longo prazo, que continuam baixas apesar de o Fed vir aumentando a taxa básica de juros da economia.
O presidente do Fed também voltou a alertar para a possibilidade de haver uma "bolha" no mercado imobiliário, encorajada pelas baixas taxas de juros dos financiamentos de imóveis, dizendo que havia um "fervor especulativo" em algumas áreas do país.

Juros
Greenspan não deu sinais de que o Fed interromperá a trajetória de aumento dos juros, o que já é esperado por parte do mercado.
O presidente do Fed disse que o órgão continuará a aumentar os juros em um ritmo "moderado" e acrescentou que "nossa perspectiva para a economia americana é de crescimento econômico sustentado e pressões inflacionárias contidas. Na nossa visão, para chegar a esse resultado o Fed terá que continuar com a acomodação monetária".
O Fed vem aumentando as taxas de juros desde junho do ano passado, quando estavam no menor nível em mais de quatro décadas. O órgão aumentou os juros em 0,25 ponto percentual em suas últimas nove reuniões, para 3,25%.
A alta dos juros nos Estados Unidos afeta o Brasil porque aumenta o retorno dos títulos do Tesouro americano. Com isso, parte dos investidores pode tirar capital de países emergentes, onde os investimentos são mais arriscados, para aplicá-lo nos EUA.
As Bolsas americanas caíram inicialmente após os comentários de Greenspan, mas depois se recuperaram. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 0,4%, a 10.686,37 pontos. Já o Standard & Poor's 500 fechou no maior nível em quatro anos.
O dólar subiu inicialmente após o discurso do presidente do Fed, mas ao longo do dia caiu e fechou em baixa de 0,96% ante o euro devido à venda técnica.


Texto Anterior: Após reformas, agência eleva nota da dívida chinesa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.