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Arrecadação aumenta 3% no 1º semestre
Governo federal obtém R$ 189 bi; Receita diz que mais desonerações podem comprometer meta do ano
SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal arrecadou,
em valores de junho, R$
188,770 bilhões em impostos,
contribuições e outras receitas
no primeiro semestre do ano,
alta de 3,05% acima da inflação
ante o mesmo período de 2005.
Em junho, a receita foi de R$
34,030 bilhões, recorde para o
mês e alta real de 4,71% sobre o
mesmo período de 2005.
O resultado, de acordo com o
secretário-adjunto da Receita
Federal, Ricardo Pinheiro, é suficiente para que o governo
cumpra a meta de arrecadar R$
358,4 bilhões neste ano, desde
que não haja novas desonerações tributárias.
"Está apertado. Juntando as
demandas de desoneração nos
últimos seis meses, o equilíbrio
fiscal vai para a cucuia. Não é só
que compromete, acaba com o
equilíbrio fiscal, mesmo."
O secretário-adjunto defendeu as mudanças feitas em
2005, que suspenderam a cobrança de R$ 9 bilhões em tributos em setores como construção civil, máquinas e equipamentos. Mas assegurou que
não há espaço na arrecadação
deste ano para novas medidas.
Segundo ele, a Receita está
cumprindo a meta de arrecadação, mas ainda tem de pagar a
restituição do IRPF (Imposto
de Renda da Pessoa Física), que
no ano passado custou R$ 10 bilhões. Esse dinheiro sairá dos
cofres públicos e terá que ser
compensado com o crescimento das receitas no ano.
"É cinqüentinha [de desoneração] aqui, duzentinhos ali,
que, isoladamente, dá para administrar, mas, se você soma, é
realmente complicado", disse.
O desempenho da arrecadação no primeiro semestre foi
influenciado pela alta dos preços do petróleo no mercado internacional. O IR e a CSLL
(Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido) do setor tiveram aumentos de 71% e 68%,
respectivamente, em junho.
O aumento nas vendas de automóveis no mercado interno e
a elevação de 23% no recolhimento do IRPF explicam a parcela restante do crescimento da
arrecadação no semestre.
Pela primeira vez no governo
Lula, o crescimento das despesas federais supera a expansão
das receitas. Segundo o Tesouro, os gastos da União -excluídas as estatais- cresceram
15,1% de janeiro a maio, ante
igual período de 2005, enquanto a arrecadação teve aumento
nominal de 11,3%.
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