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BARRIL DE PÓLVORA
Preço em NY chega a US$ 49,40, mas fecha abaixo de US$ 48 com notícia de tensão menor no Iraque
Petróleo recua após encostar nos US$ 50
DA REDAÇÃO
Depois de se aproximar do patamar de US$ 50, o preço do petróleo fechou ontem em queda
em Nova York com a perspectiva
de redução dos conflitos na cidade iraquiana de Najaf.
Em mais um dia de volatilidade
na Bolsa Mercantil de Nova York,
o barril para entrega em setembro
terminou com perda de 1,72%, a
US$ 47,86. No início do dia, porém, a cotação chegou a US$
49,40, maior valor "intraday"
(que conta a variação durante o
pregão) da história.
As cotações do petróleo em Nova York quebraram o recorde "intraday" em 15 dos últimos 16 pregões. Desde o início de 2004, a alta
acumulada é de 57%.
A expectativa de menos conflitos em Najaf também afetou a
Bolsa Internacional do Petróleo,
em Londres, onde o barril do tipo
Brent encerrou negociado a US$
43,54, com redução de 1,78%.
Mas, apesar dos sucessivos recordes nominais, o preço do petróleo ainda está distante dos valores de crises anteriores.
Se ajustada pela inflação (em
termos reais), a cotação do barril
do tipo Brent chegou à casa de
US$ 70 no fim dos anos 70. Era a
época da Revolução Islâmica no
Irã e, posteriormente, do início da
guerra entre o país e o Iraque.
De acordo com esse mesmo parâmetro, os preços chegaram a
cair para cerca de US$ 13 no fim
dos anos 90, quando ocorreu a
crise econômica na Ásia -os
contratos futuros só começaram a
ser negociados na Bolsa Mercantil
de Nova York em 1983.
Tensão menor
"Parece que chegaremos a uma
conclusão em Najaf, o que tranqüilizou os investidores e os levou
a realizar lucros", disse Mike Fitzpatrick, da corretora Fimat.
Os seguidores do clérigo radical
xiita Moqtada al Sadr, que combatem as tropas da coalizão liderada pelos EUA em Najaf, Karbala
e outras cidades do sul do Iraque,
entregaram ontem as chaves do
mausoléu do imã Ali, onde estavam abrigados, aos representantes do grão-aiatolá Ali al Sistani,
segundo o governo interino.
Maior líder xiita do país, ele é
mais moderado que Al Sadr.
Para analistas, um cessar-fogo
na cidade sagrada de Najaf, onde
conflitos intensos têm sido travados desde o início de agosto, poderia levar de volta a produção no
Iraque de 1 milhão de barris por
dia para 1,7 milhão.
No entanto a situação não está
definida. A milícia de Al Sadr ainda controla Najaf, e a tensão continua no resto do país. Na quinta-feira, por exemplo, um atentado
contra a sede da petrolífera South
Oil, na cidade de Basra, no sul do
país, havia levado as cotações a
novos recordes.
O mercado ainda ignorou ontem as declarações do presidente
da Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), Purnomo Yusgiantoro, que prometeu uma "solução significativa"
para a próxima reunião da entidade, em setembro. Ele disse também que a Opep deverá se reunir
com alguns dos principais países
produtores que não são afiliados a
ela para discutir uma saída.
Perturbação insuficiente
Também ontem, o secretário
americano do Tesouro, John
Snow, demonstrou descontentamento com o preço da commodity, mas reiterou que o governo
não pretende utilizar as reservas
americanas -ele disse que a perturbação no mercado ainda não é
suficiente para fazê-lo. "Existe um
excesso nos preços atuais do petróleo em relação aos fundamentos da economia", afirmou.
Com agências internacionais
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