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Morte de pequena empresa cai pela metade, diz Sebrae
Em 2004, quase 50% morriam antes de fazer 2 anos; em 2007, taxa caiu para 22%
Melhor planejamento das empresas e condições econômicas favoráveis foram determinantes para a
sobrevivência, diz o Sebrae
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa realizada com mais
de 14 mil empresários revela
que a taxa de mortalidade dos
pequenos negócios caiu pela
metade em três anos. Em 2004,
quase 50% das micro e pequenas fechavam antes de completar dois anos. Em 2007, a taxa
caiu para 22%. Condições econômicas favoráveis e melhor
planejamento das empresas
melhoraram o resultado.
Realizada a cada três anos
pelo Sebrae (Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), a pesquisa mostra
que o período de tranqüilidade
da economia foi determinante
para a sobrevivência dos negócios. Ainda que o Brasil não tenha apresentado taxas elevadas
de crescimento, os últimos
anos não tiveram turbulência.
Isso ajudou quem planejou a
entrada no mercado.
"A situação econômica ajudou de forma extraordinária.
Mas o empresário também tem
feito sua parte. Está mais preparado, tem estudado o mercado", diz o presidente do Sebrae,
Paulo Okamotto. Desde 2000, a
média de micro e pequenas empresas abertas anualmente tem
variado de 450 mil a 480 mil,
segundo o Sebrae -cerca de
1.300 por dia.
Para 71% dos bem-sucedidos,
o planejamento é o item mais
importante para a sobrevivência da empresa. Há três anos, o
item era indicado por apenas
24%. A receita do bom negócio
também passa por organização
(54%) e marketing (47%).
Enquanto existe planejamento entre os bem-sucedidos,
quem fechou as portas admite
que o principal problema são as
falhas na administração. A resposta foi citada por 68% dos
que deixaram o mercado. A falta de capital de giro (37%), escolha de ponto inadequado
(19%) e o desconhecimento do
mercado (11%) foram os itens
que mais chamaram a atenção.
"Tudo isso mostra que o planejamento ficou em segundo
plano. Exatamente o contrário
dos que tiveram sucesso", diz a
coordenadora da pesquisa, Magali Albuquerque.
Dinheiro aumenta chance
A pesquisa também mostra
que quem nasce com mais dinheiro tem maiores chances de
sobreviver. A média investida
nas empresas que permaneceram por dois anos ficou em R$
61,5 mil. Já entre os que fecharam, o valor é 28,6% menor
-de R$ 43,9 mil.
Em mais de 90% dos casos, o
investimento é feito com recursos próprios. Empréstimos
bancários foram usados por
apenas 14% das empresas que
permaneceram e por 19% das
que saíram do mercado.
Mas há casos inusitados. Para 11% das firmas bem-sucedidas e 9% das que fecharam, o
investimento também foi feito
com cheque pré-datado. E, em
8% dos casos, parte do dinheiro
saiu do cheque especial -o crédito mais caro dos bancos.
Mesmo nos casos de fracasso, o empreendedor não desiste. Após fechar a empresa, 59%
das pessoas abriram outro negócio ou retornaram ao mercado como autônomo. A volta
ocorre geralmente em setor diferente daquele da primeira experiência.
Okamotto comemorou a
queda do indicador de mortalidade, mas não fez aposta otimista para a próxima pesquisa.
Para ele, o número deve ficar
em patamar semelhante, já que
a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas deve formalizar
mais de 1 milhão de empresários. "Como nem todo mundo
está bem preparado, é possível
que o número se acomode nesse mesmo patamar."
A pesquisa foi realizada pelo
Vox Populi com 14.181 empresas no primeiro semestre.
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