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Após quebra de sigilo, bancos suíços cortejam emergentes
Acordo entre governos de EUA e Suíça põe em risco status de paraíso fiscal
DA BLOOMBERG
Os bancos suíços especializados em administração de grandes fortunas estão se voltando
para os mercados emergentes e
se afastando de clientes norte-americanos, num momento em
que o acordo firmado com o governo dos EUA para entregar
informações de 4.450 contas de
clientes americanos do UBS às
autoridades dos EUA corrói as
práticas de sigilo bancário.
O acordo, alcançado ontem
depois de o governo dos EUA
ter movido um processo contra
o banco UBS, vem cinco meses
após a Suíça concordar em renegociar os acordos fiscais para
evitar entrar na lista negra de
paraísos fiscais que não colaboram na apuração de delitos. Os
bancos suíços detêm US$ 2 trilhões aportados por pessoas físicas estrangeiras, ou 27% da
riqueza mundial mantida fora
dos países de origem, segundo o
Boston Consulting Group.
Parte dos 300 bancos suíços
já está deslocando seu foco para
a Ásia, Rússia e Oriente Médio,
enfatizando a fama suíça de estabilidade e segurança.
A quebra do cumprimento
das normas de sigilo bancário
tem sido uma preocupação para os dirigentes de bancos suíços desde 2002, quando a
União Europeia (UE) solicitou
a troca automática de informações fiscais.
""O sigilo bancário vai mudar
e, com o passar do tempo, haverá cada vez menos dinheiro
não-tributado na Suíça, principalmente originário dos EUA",
diz Teodoro Cocca, professor
de administração de grandes
fortunas da Universidade Johannes Kepler de Linz, na Áustria. ""Mas continuará importante, mesmo com acordos de
dupla taxação."
""Os grandes bancos deverão
se esquivar de clientes norte-americanos e se concentrar em
mercados emergentes, como os
da Índia e da China", diz Matthew Ledvina, advogado tributarista e Zurique.
Alguns bancos suíços também estão abrindo agências em
novos mercados europeus para
atender clientes em seus países
de origem, em vez de na Suíça.
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