São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Menor rendimento é sinal de alerta, diz Iedi

Os números divulgados ontem pelo IBGE referentes à pesquisa de emprego e rendimento de agosto não foram muito animadores. O que mais chamou a atenção foi a queda do rendimento, que recuou 0,5% em agosto em relação a julho.
O Iedi chama a atenção, no entanto, para a progressiva retração da evolução real do rendimento nos últimos quatro meses. Em abril, o rendimento tinha registrado uma alta de 5% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Nos meses seguintes, o rendimento baixou para 3,9% em maio, 2,7% em junho, 2,5% em julho e 1,2% em agosto.
A maior preocupação do Iedi é com relação ao efeito dessa desaceleração do rendimento sobre o mercado interno. A tendência é a de uma queda no ritmo de expansão do mercado interno.
"Esse resultado do rendimento foi um sinal de alerta para a economia", diz Edgard Pereira, economista do Iedi.
O problema, de acordo com a análise do Iedi, é que o mercado interno tem sido a principal âncora do crescimento neste ano -já que a valorização cambial retirou das exportações esse papel.
Com a desaceleração do aumento do rendimento, o desempenho do mercado fica muito dependente do crédito, que tem crescido a taxas de 20% ao ano, no caso do financiamento ao consumidor, mas esse ritmo pode não ser sustentado por muito tempo.
Edgard Pereira diz que os efeitos dessa desaceleração no ritmo de crescimento dos rendimentos devem ser sentidos principalmente nos bens semi e não-duráveis, já que os duráveis dependem mais das condições do crédito.
A boa notícia em relação ao dado do IBGE é o fato de se tratar de mais um indicador que mostra que não há superaquecimento da economia.
"Os números mostram que não há nenhum movimento explosivo na economia."

TUDO EM UM

Será inaugurado hoje, em São Paulo, um estúdio de criação formado por uma equipe multidisciplinar que pode viabilizar projetos de diferentes áreas. Os comandantes são três arquitetos, um produtor cultural, um designer gráfico, um professor e uma cantora. O estúdio foi batizado de Risco. "A idéia é resolver o problema do cliente por inteiro. Se for um livro, oferecemos o trabalho de editoração, diagramação, captação de recursos e lançamento. Uma casa? Projeto, objetos ou somente consultoria", diz o arquiteto e sócio Humberto Pio. Além do estúdio, há uma loja, que reúne marcas próprias e garimpo em geral.

ORÇAMENTO
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome teve em agosto a maior execução orçamentária desde sua criação, em 2003. Foram investidos mais de R$ 2,13 bilhões. O aumento se deve à recomposição de 18,75% do benefício do Bolsa Família, cujo valor mínimo passou de R$ 15 para R$ 18, e o máximo de R$ 95 para R$ 112, elevando o valor médio nacional de R$ 62 para R$ 74. Desde o início do ano, os recursos para o pagamento do Bolsa Família subiram cerca de 20%. Em fevereiro, o programa pagou mais de R$ 675,8 milhões e, em agosto, foram quase R$ 800 milhões.

NONA RODADA
Para atrair investidores para a nona rodada de licitação de blocos para exploração de petróleo e gás natural, os diretores da ANP apresentam a investidores as áreas e regras do processo, em Londres, na próxima quarta. Com o apoio do Itamaraty, a ANP organiza um seminário na embaixada brasileira. O número de empresas que manifestaram interesse já se aproxima do total de inscritos na oitava rodada.

VINÍCOLA
A Vallontano, pequena vinícola de Bento Gonçalves (RS), é a primeira casa brasileira a integrar o catálogo da Mistral Importadora. O enólogo Luis Zanini, proprietário da empresa, está trabalhando na colheita e na vinificação do Domaine Montille 2006, na Borgonha, França. O tinto Vallontano Tannat é um dos destaques entre os seis vinhos importados pela Mistral.

OLFATO
O grupo Clarins registrou vendas líqüidas de 494,6 milhões no primeiro semestre. O resultado é superior em 6,9% ao de igual período de 2006. O grupo é dono de marcas como Thierry Mugler e Azzaro, cujo CEO estará em São Paulo, no dia 26, para o lançamento de Azzaro Now.

INFRA-ESTRUTURA

CAIXA ASSINA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA COM BID

A Caixa Econômica Federal foi escalada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para prestar apoio técnico e operacional nos financiamentos do Programa Pró-Cidades do Brasil. A previsão é que sejam 28 projetos e um total de US$ 1,2 bilhão investido pelo BID. O acordo será assinado no dia 24 pela presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, para investimentos nos setores de habitação, transporte, educação, saúde, saneamento, infra-estrutura e ambiente. A Caixa será prestadora de apoio técnico operacional e supervisionará o processo de gestão.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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