São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2007

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Para Greenspan, possibilidade de recessão é superior a 30%

DA BLOOMBERG

O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Alan Greenspan, disse que as chances da ocorrência de uma recessão nos EUA se mantêm em um patamar "um pouco superior" a uma para três - apesar da redução nas taxas de juros adotada nesta semana - e que os preços dos imóveis provavelmente recuarão ainda mais e prejudicarão os gastos dos consumidores.
"Lembre-se: nós ainda estamos com problemas, que são um grande estoque de residências recém-construídas e não comercializadas", disse em entrevista concedida ontem após o lançamento de seu livro "A Era da Turbulência". Os preços dos imóveis residenciais "só caíram cerca de 3%, mas estão claramente recuando".
Na última terça-feira, o Federal Reserve reduziu sua taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, alegando que padrões de crédito mais restritivos tinham o potencial de prejudicar o crescimento da economia. Os economistas disseram que o corte desta semana foi semelhante à abordagem de Greenspan de adotar medidas preventivas para reduzir os riscos de recessão.
"Nós poderíamos prever que ocorrerá uma certa erosão nos gastos dos consumidores, mas ainda não testemunhamos esse padrão", afirmou Greenspan.
O ex-presidente do Fed disse em uma entrevista anterior, concedida ao programa "60 Minutes", que ele dispunha de uma maior flexibilidade para cortar os juros como presidente do Fed do que seu sucessor, Ben Bernanke, devido às pressões inflacionárias que hoje representam uma ameaça maior.
Greenspan liderou o BC norte-americano durante o mais longo período de expansão econômica da história dos EUA, que durou de 1991 a 2001.
Durante a presidência de Greenspan no Fed, o crescimento econômico alcançou a média de 3% anuais. Ele foi presidente do BC dos EUA de 1987 até a aposentadoria, em janeiro de 2006. Antes disso, atuou como economista autônomo em Nova York, prestando consultoria a muitas das maiores empresas dos EUA.


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