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EUROLÂNDIA
País vai estourar déficit
Alemanha diz que não questiona metas da UE
DA REDAÇÃO
O chanceler alemão Gerhard
Schröder afirmou ontem que a
Alemanha não questiona as metas orçamentárias do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE
(União Européia), mas quer seguir políticas voltadas para o crescimento do país.
Na semana passada, a Alemanha, maior economia européia,
admitiu que vai estourar o limite
de déficit público estabelecido para os membros da UE.
Ao extrapolarem a meta fiscal,
os alemães desafiam a credibilidade da disciplina orçamentária para os países do bloco e ficam sujeitos a sanções econômicas e a multas.
A afirmação de Schröder, durante congresso de seu partido
-social democrata-, contrasta
com a notícia de que ele tentaria
impedir um processo da União
Européia contra a Alemanha por
déficit excessivo.
"Nós queremos continuar a política de consolidação [orçamentária", mas vamos lutar para conquistar a flexibilidade necessária
para fazer, de forma apropriada, a
consolidação da economia", disse
Schröder durante o congresso,
que aprovou o novo programa do
governo.
O Pacto de Estabilidade e Crescimento foi adotado em 97 para
forçar os países do bloco a registrar déficits inferiores a 3% do PIB
(Produto Interno Bruto, total de
riquezas produzidas pelo país em
um ano).
O novo governo informou que
terá de fazer mais empréstimos
do que estava planejado no triênio 2003/5 para ajudar a economia a enfrentar, segundo economistas, uma recessão moderada
neste inverno.
Segundo fonte da agência Reuters, amanhã deverá ser anunciado um corte na previsão de crescimento, de 0,9% para 0,4%, para
este ano. Para 2003, a previsão é
que o corte seja revisto de 2,4%
para 1,4%.
Estouro admitido
Hans Eichel, ministro das Finanças, admitiu pela primeira vez
nesta semana que a Alemanha vai
estourar o limite de 3% do déficit
público. "Não é possível ter crescimento durável e não consolidar
as finanças públicas", disse Eichel.
"O Pacto de Estabilidade e Crescimento não é uma invenção neoliberal. Também foi feito por social-democratas e por isso é necessário ter flexibilidade."
No começo deste ano, os países-membros da União Européia
concordaram em equilibrar seus
déficits públicos até 2004. Mas
Alemanha, França e Itália informaram agora que não cumprirão
essa meta.
O presidente da Comissão Européia, o italiano Romano Prodi,
provocou uma tempestade ao
classificar o pacto como "estúpido, como todas as decisões que
são rígidas".
Prodi defende que o pacto deveria ter regras mais flexíveis, sobretudo em relação ao déficit público
de todos os países integrantes do
bloco.
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