|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROGRAMA
Proposta dá prioridade aos que estão desempregados há mais tempo
Frentes de trabalho vão pagar R$ 240
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O programa de frentes de trabalho que o governo pretende lançar
vai dar prioridade a pessoas que
acabaram de deixar de receber o
seguro-desemprego ou outro benefício social do governo.
A proposta será encaminhada
em novembro ao presidente Luiz
Inácio da Silva, segundo o diretor
do Departamento de Emprego e
Salário do ministério, Carlos Augusto Simões Gonçalves.
Segundo ele, será chamado
quem, por exemplo, já recebeu todas as parcelas do seguro-desemprego e ainda não conseguiu uma
recolocação ou o pai do jovem
que deixou de ser beneficiado pela bolsa-escola.
Bolsa-escola
A idéia é evitar que os jovens
que já ultrapassaram a idade para
ter direito à bolsa-escola -às vezes, única renda da família- migrem para o mercado de trabalho
e deixem de estudar.
Simões Gonçalves, que participou ontem no Rio do seminário
"Trabalho: Foco da Estratégia de
Desenvolvimento", afirmou que
o valor de referência para o programa será o salário mínimo (R$
240). Não há ainda um cálculo de
quantas pessoas serão beneficiadas nem qual é a disponibilidade
de recursos orçamentários.
Os trabalhadores deverão ser
aproveitados em obras como recuperação de estradas, reformas
de escolas e hospitais. Não haverá,
porém, uma substituição de mão-de-obra já contratada pelo governo, segundo Simões Gonçalves.
O custo com os trabalhadores
deve ser reduzido, afirmou o diretor. Ele disse que, apesar de a referência ser o salário mínimo, as
pessoas poderão ter "uma jornada parcial de quatro ou seis horas". Nesses casos, receberiam
proporcionalmente menos, conforme a carga horária.
Simões Gonçalves afirmou que
o perfil do programa será "mais
urbano, onde o desemprego é
maior", e focado em pessoas desocupadas por um "longo período". Não há ainda um prazo definido como critério para o pagamento do benefício.
Uma outra medida em análise,
segundo o diretor, é a liberação de
recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) diretamente às centrais de cooperativas e aos
bancos dessas entidades. Muitas
dessas instituições fazem operações de microcrédito.
O objetivo é acabar com a intermediação dos bancos privados e,
com isso, reduzir o custo dos empréstimos. Os bancos pegam dinheiro com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas cobram
uma espécie de comissão para repassá-lo. Isso encarece o custo final do financiamento.
Os recursos serão usados prioritariamente para financiar o capital de giro de pequenas e microempresas e trabalhadores que
tocam sozinhos seus negócios
-os chamados conta própria.
Hoje, além do BNDES, apenas
os bancos federais -Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal,
Banco do Nordeste e Banco da
Amazônia- têm autorização para "pegar" dinheiro do FAT sem
intermediação.
Texto Anterior: Transgênicos: PR barra 79 caminhões com soja suspeita Próximo Texto: Salário chinês é 30% do brasileiro, afirma professor Índice
|