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Corte não faz efeito, e petróleo cai a US$ 56,82
Valor é o menor em 11 meses; mercado crê em queda da produção inferior à anunciada
Para analistas, membros da Opep não devem respeitar a
determinação de reduzir
produção em 1,2 mi de
barris, pois preço ainda é alto
DA REDAÇÃO
O mercado reagiu com ceticismo ao anúncio de corte na
produção pela Opep (Organização dos Exportadores de Petróleo), e o barril encerrou o dia
com o preço mais baixo em 11
meses. Nem mesmo a ameaça
de nova diminuição após a próxima reunião da entidade, em
dezembro, parece ter aumentado a credibilidade do grupo.
Na Bolsa de Nova York, o
produto fechou em US$ 56,82,
uma queda de 2,87% em relação ao dia anterior. A desvalorização foi um pouco menor em
Londres, 1,95%, e o barril ficou
cotado a 59,68.
Para analistas, a Opep dificilmente realizará a redução prometida para 1º de novembro, de
1,2 milhão de barris na produção diária de petróleo, equivalente a cerca de 4,3% da produção da entidade em setembro e
a pouco mais de 1% do consumo mundial.
Eles dizem que o preço atual
é o dobro do que era há três
anos e que, por isso, dificilmente o plano será seguido na íntegra por todos os membros do
grupo -o que não seria novidade na história da Opep. "Está
claro que haverá corte na produção, mas será de 1,2 milhão
de barris? É bastante improvável", disse Andrew Lebow, corretor da Man Financial.
Segundo Simon Wardell,
analista da Global Insight, o cenário mais provável é de redução de 800 mil barris. "A dúvida
do momento é se os membros
da Opep respeitarão as novas
cotas ou se a história irá se repetir e eles produzirão mais. Os
mercados parecem estar apostando na segunda hipótese."
De acordo com a decisão da
organização, anunciada na
quinta após reunião no Qatar,
dez de seus membros terão que
diminuir a produção -apenas o
Iraque ficou isento. A Arábia
Saudita, maior produtor mundial, terá que fazer o maior corte: 380 mil barris. Ela é seguida
pelo Irã, 176 mil, e pela Venezuela, 138 mil.
Se o mercado aparenta duvidar da redução, a AIE (Agência
Internacional de Energia) considerou que ela foi adotada "no
pior momento possível". Para
Claude Mandil, diretor-executivo da entidade, a medida "não
ajuda em nada" os países consumidores e os países mais pobres. A alta sustentada dos preços do petróleo e a alta da demanda com a aproximação da
estação de baixas temperaturas
comprometem a escolha do
momento para a adoção de
uma menor produção, disse ele.
O corte na produção é uma
tentativa da Opep de conter a
queda nos preços do petróleo.
Depois de alcançar US$ 78,40,
em julho, o produto já caiu mais
de 20%. O grupo disse que tomou a medida porque ações similares "contribuíram para a
estabilidade do mercado de petróleo, beneficiando tanto produtores como consumidores".
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