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FINANÇAS
Moeda fecha a R$ 3,515; risco-país desce ao menor nível em quatro meses
Lua-de-mel entre FMI e PT acalma mercado de dólar
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia marcado pelo otimismo, o C-Bond, principal título
da dívida externa brasileira, fechou em alta de 0,11%. Com a valorização, o risco-país caiu para
1.599 pontos, valor 1,7% inferior
ao do último fechamento e o menor índice dos últimos quatro
meses.
O dólar fechou cotado a R$
3,515, baixa de 1,54% em relação à
cotação de terça-feira, influenciado pelo bom desempenho do C-Bond e por notícias no cenário interno que foram bem recebidas
pelos investidores.
A alta de um ponto percentual
na Selic (taxa básica de juros) não
foi suficiente para influenciar negativamente a Bolsa de Valores de
São Paulo. O Ibovespa encerrou o
pregão com alta de 1,16%, aos
10.087 pontos. "A subida da taxa
já estava no preço", disse Sérgio
Machado, diretor de tesouraria
do banco Fator.
Devido à alta dos índices de inflação observada nas últimas semanas, o mercado já esperava que
o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentasse a taxa. Muitos acreditavam que a alta poderia
ser maior.
Segundo Machado, como o
Banco Central (BC) satisfez a expectativa dos investidores, o mercado reagiu positivamente.
"Quando o BC atua de forma consistente, ele acalma o mercado."
Durante a manhã, o dia foi de
poucos negócios, principalmente
no mercado de câmbio. A moeda
norte-americana já abriu em queda, influenciada pelas declarações
positivas do FMI (Fundo Monetário Internacional) com relação às
intenções políticas do próximo
presidente da República.
O boato-posteriormente negado pelo presidente do Partido
dos Trabalhadores- de que Armínio Fraga poderia continuar no
cargo de presidente do BC ajudou
a sustentar a baixa do dólar, que
chegou, na mínima do dia, a R$
3,484. Além disso, telefonemas de
empresas exportadoras para mesas de câmbio também ajudaram
a manter o otimismo. Segundo
um operador do mercado, isso
mostra que o fluxo de dólares pode aumentar nos próximos dias.
Após o resgate de aproximadamente US$ 389 milhões referentes
à parcela da dívida pública atrelada ao dólar que não havia sido rolada, espera-se a moeda passe por
um momento de calmaria nos
próximos dias.
Entretanto a cotação abaixo de
R$ 3,50 vem sendo encarada como um patamar em que o preço
do dólar torna-se atrativo para a
compra, principalmente para
quem precisa da moeda norte-americana para honrar compromissos no curto prazo.
"Há um consenso de que o dólar vá cair. Mas o que inibe a queda são os grandes vencimentos de
dívida cambial em dezembro. Então, os importadores que precisam de dólares até o meio de dezembro compram", diz Miriam
Tavares, da corretora AGK.
Segundo analistas, a grande
concentração de dívida do governo atrelada ao câmbio com vencimentos em dezembro e janeiro,
deve continuar a trazer volatilidade ao mercado. Somente no próximo mês vencem aproximadamente U$ 6 bilhões em títulos. Em
janeiro esse valor é de US$ 5,7 bilhões, mas pode aumentar quando o governo tentar alongar os
vencimentos de dezembro.
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