São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Governo diz que decisão foi tomada e cita soberania

DA SUCURSAL DO RIO

Está avançada, no âmbito do governo, a discussão para a criação da rede pública de banda larga. Nos últimos dois meses, o presidente Lula coordenou três reuniões com os ministérios envolvidos: o das Comunicações, o da Ciência e Tecnologia, Planejamento e o da Casa Civil.
O ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, disse à Folha, por telefone, que o presidente quer iniciar a implantação da rede pública ainda em 2008.
As primeiras escolas, segundo Rezende, serão conectadas à internet em banda larga pelas teles e, progressivamente, será implantada a rede pública.
De acordo com ele, a criação da rede pública de banda larga, paralela à rede privada, já é decisão tomada no governo. Questionado sobre o valor do investimento necessário, disse que será menor do que o Estado investiu em fibras óticas que estão ociosas. ""O mais caro é o que está parado", acrescentou o ministro.

Soberania
Ele admitiu que há, no governo, o receio de que o Estado fique unicamente na dependência de companhias telefônicas privadas. ""O governo tem a preocupação de que seu sistema de segurança esteja em mãos de empresas que, por alguma razão, possam tomar medidas contra ele", resumiu.
Rezende disse que, das 140 mil escolas públicas existentes, 10 mil têm acesso à banda larga por iniciativa de prefeituras e de entidades diversas.
Rezende afirmou ainda que que o Ministério da Educação já implantou laboratórios de informática nas escolas de nível médio e que é urgente conectá-las à banda larga.

Migração
O ministro admitiu que outros órgãos da administração pública poderão migrar para a rede pública, deixando de usar os serviços privados.
""O próprio MCT tem a Rede Nacional de Pesquisa, que interliga as capitais, por meio da Embratel. Nós pagamos uma boa quantia anual pelo serviço. Se o governo tiver uma rede própria, passaremos a usá-la", afirmou.
Segundo Rezende, o setor público federal é grande cliente das teles, e elas temem perder receita com a implantação da rede pública. "É por isso que elas começam a tornar os preços mais atrativos. Os preços dos serviços de telecomunicações no Brasil estão entre os mais altos do mundo", afirmou Rezende.
O cronograma de construção da rede pública, de acordo com Rezende, depende da decisão judicial sobre a Eletronet e da definição sobre o operador da rede. ""O Hélio Costa [ministro das Comunicações] falou em usar a Telebrás, mas não está decidido, porque ela tem um passivo trabalhista muito grande. O governo vai avaliar se é melhor usar a Telebrás ou criar uma nova empresa", declarou.


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