São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Turbulência não acabou, diz Banco Mundial

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

A turbulência nos mercados financeiros deflagrada pela recente crise das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos irá persistir, causando incerteza em relação ao crescimento econômico mundial. A previsão pessimista foi feita ontem pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Entretanto o americano, ex-representante de Comércio do governo Bush, destacou a solidez demonstrada pelas economias emergentes para se manterem protegidas dos abalos que ainda devem acontecer.
"É função das políticas sólidas que esses países em desenvolvimento adotaram, tanto em termos orçamentários como macroeconômicos e monetários", elogiou Zoellick, adicionando uma ressalva. "Se os EUA mudarem da atual situação de crescimento lento para recessão, isso afetará a Europa e, em um determinado momento, também as economias em desenvolvimento."
Zoellick fez sua avaliação durante a conferência de revisão do programa Ajuda para o Comércio, na sede da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Dominique Strauss-Kahn, diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), reconheceu as dificuldades impostas à economia brasileira pela desvalorização da moeda americana. "O dólar canadense, o real e o euro são as moedas que têm sofrido o maior impacto com o enfraquecimento do moeda americana", disse Strauss-Kahn.
Para Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento), a grande preocupação que o mundo deve ter hoje é em relação às pressões inflacionárias.
"As altas dos preços das matérias-primas, como petróleo e alimentos, sem dúvida são fator de preocupação. O Brasil pode ser um dos beneficiários, pois é grande produtor. Mas também deve se prevenir contra a volta da inflação."
Supachai atribuiu a desvalorização do dólar ao grande déficit em conta corrente dos EUA, mas acha que isso é passageiro. "O dólar voltará a subir em breve. O nível atual não é sustentável", previu.


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