São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2008

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Operações trazem preocupação, diz Armínio

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse que vê com preocupação operações como a da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. "Não podemos nos esquecer da nossa história. Bancos estaduais que quebraram se descapitalizaram. É uma história complicada. Esse tipo de movimento entre bancos públicos tem de ser visto nos seus aspectos positivos e negativos."
Se, entre os aspectos negativos, Fraga destacou o uso político dos bancos públicos, nos positivos ele ressaltou que esse tipo de aquisição é uma tendência mundial. "Esse é o outro lado. Faz parte de um processo de consolidação, que é natural."
Para o consultor Ilan Goldfajn, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, "será importante analisar as conseqüências do ponto de vista do custo, da lucratividade do setor bancário no futuro e do grau de concentração a que chegaremos no fim desse processo".
Segundo Goldfajn, que participou ontem, no encontro anual da Associação de Economia da América Latina e do Caribe, no Rio, os recentes anúncios de fusões e aquisições no Brasil têm sido recebidos "com certo entusiasmo" por causa da extraordinária crise de solvência que atingiu os bancos dos Estados Unidos e da Europa,
"Diante disso, é lógico que se trata de um movimento importante num momento de crise aguda. Ajuda na consolidação do sistema financeiro como um todo, além de fortalecer nossos bancos", afirmou.
O professor da Universidade de São Paulo Márcio Nakane, que coordenou ontem uma sessão que discutiu exatamente o sistema bancário brasileiro, disse que não vê, pelo menos a curto prazo, ameaças à competição. "É um movimento estrutural, que ocorre também no resto do mundo", afirmou.


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