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Operações trazem preocupação, diz Armínio
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-presidente do Banco
Central Armínio Fraga disse
que vê com preocupação operações como a da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
"Não podemos nos esquecer da
nossa história. Bancos estaduais que quebraram se descapitalizaram. É uma história
complicada. Esse tipo de movimento entre bancos públicos
tem de ser visto nos seus aspectos positivos e negativos."
Se, entre os aspectos negativos, Fraga destacou o uso político dos bancos públicos, nos
positivos ele ressaltou que esse
tipo de aquisição é uma tendência mundial. "Esse é o outro
lado. Faz parte de um processo
de consolidação, que é natural."
Para o consultor Ilan Goldfajn, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, "será
importante analisar as conseqüências do ponto de vista do
custo, da lucratividade do setor
bancário no futuro e do grau de
concentração a que chegaremos no fim desse processo".
Segundo Goldfajn, que participou ontem, no encontro
anual da Associação de Economia da América Latina e do Caribe, no Rio, os recentes anúncios de fusões e aquisições no
Brasil têm sido recebidos "com
certo entusiasmo" por causa da
extraordinária crise de solvência que atingiu os bancos dos
Estados Unidos e da Europa,
"Diante disso, é lógico que se
trata de um movimento importante num momento de crise
aguda. Ajuda na consolidação
do sistema financeiro como um
todo, além de fortalecer nossos
bancos", afirmou.
O professor da Universidade
de São Paulo Márcio Nakane,
que coordenou ontem uma sessão que discutiu exatamente o
sistema bancário brasileiro,
disse que não vê, pelo menos a
curto prazo, ameaças à competição. "É um movimento estrutural, que ocorre também no
resto do mundo", afirmou.
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