São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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Taxa de outubro fica mais alta para empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

O "spread" bancário- a diferença entre a taxa de captação dos bancos e o valor cobrado dos clientes- sofreu uma alta de 1,9% em outubro deste ano em comparação com outubro de 2002. Com isso, o "spread" médio consolidado passou de 29,5% para 31,4%, de acordo com o estudo "Juros e Spread Bancário", divulgado ontem pelo Banco Central.
Para o consultor Eduardo Lundberg, o aumento das taxas cobradas dos clientes para empréstimos foi reflexo da retração da captação de empréstimos externos pelos bancos.
O volume de repasses externos caiu de US$ 17,3 milhões em dezembro do ano passado para US$ 13,2 milhões em outubro deste ano. No mesmo período, essas operações de captação encareceram e atingiram num patamar de 17,5 % em outubro.
Dados do estudo apontam que entre as pessoas físicas e as jurídicas a diferença entre a taxa de captação e a de aplicação teve comportamentos diferentes.
Para as pessoas jurídicas, a taxa subiu 4,1 pontos percentuais, chegando a 17,4%. Mais uma vez, assim com no levantamento de 2001, a aversão ao risco dos investidores foi apontada como a causa para a elevação. Para as pessoas físicas, houve queda de 2,8%, que fez com que a taxa recuasse para 51,5%. "Nesse caso, o impacto da escassez e encarecimento de crédito externo têm menos relevância", afirmou Lundberg.
Com relação à média das taxas de juros praticadas pelos bancos, durante o período, elas permaneceram estáveis em 65,8%, ficando em 44,9% para as empresas.
Já para as pessoas físicas, a taxa registrada foi de 79,3%. Para o Banco Central, o maior índice de inadimplência registrado entre elas justifica a diferença observada entre as duas categorias.
Essa foi a terceira edição do estudo. O objetivo do BC é utilizar as informações para baixar gradualmente o "spread" bancário.


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