São Paulo, terça-feira, 21 de dezembro de 2004

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FRAQUEZA

Resultado fica abaixo do esperado, mas previsão de 2% para o ano é mantida

Zona do euro cresce apenas 0,3% no terceiro trimestre

DA REDAÇÃO

A zona do euro teve crescimento da economia abaixo do esperado no terceiro trimestre deste ano, mas a União Européia (UE) manteve a previsão de crescimento de 2% em 2004. O crescimento no trimestre foi de 0,3%, enquanto a expectativa era de 0,4%.
O relatório da UE, que classificou o resultado de "decepcionante", afirma que a taxa é reflexo da queda do dólar em relação ao euro, que fez com que exportações dos EUA se tornassem mais baratas que as da Europa.
Por outro lado, segundo o relatório, o euro mais caro ajudou a proteger a região do aumento do petróleo, cotado em dólares. O euro mais caro também ajuda a manter a inflação baixa, porque as importações são baratas.
O crescimento da zona do euro foi, em 2003, de 0,8%. Neste ano, no primeiro trimestre, o crescimento foi de 0,7%, caiu para 0,5% no segundo trimestre e para 0,3% no terceiro trimestre.
O comissário econômico da UE, Joaquim Almunia, disse que a previsão de crescimento de 2% para este ano e 2005 se mantém e já leva em conta as forças negativas. Disse ainda que há sinais de recuperação do consumo interno na região, essencial para uma recuperação sustentável.
As maiores economias da zona do euro, Alemanha e França, tiveram crescimento particularmente fraco, de 0,1% cada uma, mas a Itália manteve sua expansão de 0,4% e a Espanha acelerou o crescimento para 0,6%.
A agência oficial de estatísticas da França, Insee, havia alterado sua previsão de crescimento do país de 2,4% para 2,1% no ano fiscal passado, gerando dúvidas sobre o Orçamento do país para 2005, que se baseou na alta do PIB de 2,5%. O novo ministro das Finanças, Herve Gaymard, manteve que o crescimento deve ficar em torno de 2,5%, apesar do dólar fraco e do petróleo caro.

Euro
O dólar já caiu 5% neste ano em relação ao euro, e não há expectativa de que a moeda se recupere logo. A principal causa da queda do dólar foi o déficit americano, e até agora o mercado tem ignorado a promessa de "dólar forte" dos EUA. A União Européia deve continuar sentindo os efeitos do euro mais forte no ano que vem nas exportações, nos empregos e no crescimento.
O euro chegou a seu valor mais alto (US$1,3470) em 7 de dezembro. Há previsões de que a moeda possa ultrapassar US$ 1,40 em 2005. Caso isso aconteça, a recuperação da União Européia pode não deslanchar, e a área pode até mesmo enfrentar uma recessão.
A situação é especialmente preocupante para países como a Alemanha, que dependem muito de exportações.


Com agências internacionais

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