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OPERAÇÃO CREPÚSCULO
Ação prende 8 suspeitos de contrabando e crimes de lavagem de dinheiro; mais 20 são intimados a depor
PF afirma ter desmontado quadrilha de Law
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal prendeu ontem em São Paulo oito integrantes
da quadrilha comandada pelo
chinês Law Kin Chong, apontado
como o principal contrabandista
do Brasil, e informa ter desmontando o maior esquema de pirataria e contrabando do país.
Os presos são acusados de crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Entre eles,
estão três advogados, um contador e um despachante aduaneiro
que trabalhavam com o empresário chinês, acusados de montar
empresas "laranjas" para facilitar
a importação e a venda de produtos irregulares. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Federal.
Foram presos ainda dois sócios
de Chong -conhecidos como
Fernando chinês e Hermes-,
considerados os maiores contrabandistas de CDs e jogos para videogames da América Latina.
"Law era o responsável em
guardar os CDs virgens, que, mais
tarde, teriam como destino a falsificação. Essa atividade era comandada pelos dois sócios", disse
o delegado Protógenes Queiroz,
que coordenou a operação da PF.
Até a noite de ontem, cerca de
70 policiais federais ainda procuravam outras oito pessoas acusadas de integrar o esquema. Outras
20 foram intimadas a prestar depoimento à Justiça Federal.
No sábado, foi presa, em Bauru,
Miriam Law, mulher do chinês.
Ambos tiveram a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara da Justiça Federal acusados de crimes de
lavagem de dinheiro, contrabando, evasão de divisas e sonegação
fiscal. Thomaz Law, 26, filho mais
velho do casal, que foi identificado como um dos principais "laranjas" da quadrilha, teve sua prisão temporária decretada, mas
não foi localizado pelos policiais.
"Já encontramos duas fazendas
em Mato Grosso em nome de
Thomaz. Ele emprestava seu nome para a organização criminosa
lavar dinheiro. A mãe dele [Miriam] disse que ele vai se entregar
no dia 22. Acreditamos que ele está fora do país", disse o delegado
William Marinho.
A Folha apurou que o empresário pode ser transferido ainda
nesta semana de Bauru para a sede da PF em São Paulo. Ele foi preso após ser condenado em junho
a quatro anos de prisão por corrupção ativa -foi acusado de
tentar corromper o deputado
Luiz Antônio Medeiros, que presidia a CPI da Pirataria.
"Além das prisões, a Justiça determinou o seqüestro de três
shoppings que pertencem a Law e
o bloqueio de contas corrente do
empresário", disse Marinho. Cinco carros (BMW, Mercedes-Benz,
Santana e dois veículos blindados,
um Astra e uma Blazer) do empresário foram apreendidos.
"Não há como mensurar o
quanto a quadrilha movimentou
no país. Só em um depósito do
Brás encontramos R$ 112 milhões
em mercadorias em novembro do
ano passado", disse Marinho.
A PF deve destruir em janeiro os
produtos irregulares apreendidos
durante quatro operações realizadas nos últimos dois anos para
desmontar a quadrilha.
"São 5.000 metros quadrados de
mercadoria apreendida. Já entramos para o "Guiness Book" por
termos feito a maior apreensão da
história", disse o delegado Queiroz. Os advogados de Chong não
foram localizados ontem.
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