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Lupi vê sinais de melhora no emprego em janeiro
JULIANNA SOFIA
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou ontem que dados preliminares sobre o mercado de trabalho formal em janeiro já apontam para a recuperação de alguns setores da
economia, como agricultura,
serviços e construção civil. Segundo o ministro, a indústria
de transformação ainda não
mostrou melhora, sendo o setor mais preocupante.
Apenas o setor automotivo,
disse ele, vem apresentando
dados mais positivos no mês e
por isso os empresários do ramo deveriam ter mais "sensibilidade social". "Algumas demissões são inexplicáveis.
O setor automobilístico, por
exemplo, com a redução do IPI,
voltou a vender. Se tivesse paciência de esperar mais 15 ou
20 dias, não precisava demitir.
Parte do empresariado tem que
entender que nem todo dia é
dia de lucro", disse o ministro,
em tom de crítica.
Na avaliação de Lupi, os outros setores da indústria devem
voltar a contratar quando os estoques começarem a cair e começar a haver uma demanda
por mais produtos.
Segundo ele, o setor de serviços começa a responder por
conta das férias escolares e o
movimento nos segmentos de
hotelaria, por exemplo. "Isso
sempre ocorre em janeiro. Da
mesma forma que as férias geram demissões em outros setores", completou.
Na agricultura, o ministro
explicou que em algumas regiões do país há aumento das
contratações. Ele citou Santa
Catarina como o Estado em
que o período do ano é favorável para o emprego.
O ministro reforçou, ontem,
que neste mês e em fevereiro o
saldo de vagas no mercado de
trabalho deverá ser positivo,
apesar de várias empresas estarem anunciando demissões nos
últimos dias. Para o mês de
março, Lupi prevê que haja recuperação do mercado com um
número mais significativo de
contratações.
Sem flexibilização
Lupi demonstrou apoio às
manifestações de trabalhadores contra demissões e descartou qualquer flexibilização das
leis trabalhistas, argumentando que "o trabalhador não pode
pagar a conta de uma crise que
ele não criou".
"É um direito dos trabalhadores se manifestar para manter empregos. A redução de juros é um ponto muito importante para isso", declarou horas
antes da reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária), que baixou em um ponto
percentual a taxa básica de juros Selic.
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