São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Lupi vê sinais de melhora no emprego em janeiro

JULIANNA SOFIA
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou ontem que dados preliminares sobre o mercado de trabalho formal em janeiro já apontam para a recuperação de alguns setores da economia, como agricultura, serviços e construção civil. Segundo o ministro, a indústria de transformação ainda não mostrou melhora, sendo o setor mais preocupante.
Apenas o setor automotivo, disse ele, vem apresentando dados mais positivos no mês e por isso os empresários do ramo deveriam ter mais "sensibilidade social". "Algumas demissões são inexplicáveis.
O setor automobilístico, por exemplo, com a redução do IPI, voltou a vender. Se tivesse paciência de esperar mais 15 ou 20 dias, não precisava demitir. Parte do empresariado tem que entender que nem todo dia é dia de lucro", disse o ministro, em tom de crítica.
Na avaliação de Lupi, os outros setores da indústria devem voltar a contratar quando os estoques começarem a cair e começar a haver uma demanda por mais produtos.
Segundo ele, o setor de serviços começa a responder por conta das férias escolares e o movimento nos segmentos de hotelaria, por exemplo. "Isso sempre ocorre em janeiro. Da mesma forma que as férias geram demissões em outros setores", completou.
Na agricultura, o ministro explicou que em algumas regiões do país há aumento das contratações. Ele citou Santa Catarina como o Estado em que o período do ano é favorável para o emprego.
O ministro reforçou, ontem, que neste mês e em fevereiro o saldo de vagas no mercado de trabalho deverá ser positivo, apesar de várias empresas estarem anunciando demissões nos últimos dias. Para o mês de março, Lupi prevê que haja recuperação do mercado com um número mais significativo de contratações.

Sem flexibilização
Lupi demonstrou apoio às manifestações de trabalhadores contra demissões e descartou qualquer flexibilização das leis trabalhistas, argumentando que "o trabalhador não pode pagar a conta de uma crise que ele não criou".
"É um direito dos trabalhadores se manifestar para manter empregos. A redução de juros é um ponto muito importante para isso", declarou horas antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que baixou em um ponto percentual a taxa básica de juros Selic.


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