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LEÃO GULOSO
Estimativa é do BNDES; União aumenta participação e Estados perdem
Imposto em 2002 leva 35,5% do PIB
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A carga tributária no Brasil terminou 2002 em 35,5% do PIB
(Produto Interno Bruto), segundo estimativa preliminar feita pela área fiscal do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Em 2001, ela
foi de 34,36% do PIB.
Ou seja, o equivalente a 35,5%
da riqueza produzida em 2002 foi
transferida para o setor público
(União, Estados e municípios) na
forma de tributos pagos. A estimativa é possível agora porque
ontem os técnicos consolidaram
os números sobre a arrecadação
dos Estados -houve queda de
1,72% em relação a 2001.
No início do mês o Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário divulgou estudo segundo
o qual a carga tributária no Brasil
é um pouco maior do que a mensurada pelo BNDES: 36,45% do
PIB, novo recorde.
Em dez anos, a soma da arrecadação do governo federal e dos
Estados (93% do total) cresceu
67,6%, segundo os dados fechados ontem. Foram R$ 515,4 bilhões recolhidos em 2002, o equivalente a 33,02% do PIB. Em 1992
essa carga era de 22,9% do PIB.
A carga tributária brasileira é
bem maior que a média da América Latina (de 20%), mas menor
que a de países desenvolvidos da
Europa (50% nos países nórdicos). Nesses países, a incidência
dos tributos sobre bens e serviços
é menos acentuada do que sobre a
renda e o patrimônio, ao contrário do que acontece no Brasil.
Em 2002, a arrecadação do governo federal (Receita Federal,
Previdência, FGTS) subiu 5,6%,
impulsionada pela criação da Cide (contribuição sobre o consumo de combustíveis).
O gerente-executivo de Finanças Públicas do BNDES, Ricardo
Figueiró, explicou que a queda na
arrecadação dos Estados foi causada pelo ICMS.
Segundo Figueiró, o ICMS teve
sua receita prejudicada pelo desaquecimento da economia em
2002 e pelos efeitos da crise energética (2001) e das oscilações nos
preços dos combustíveis.
A participação federal na carga
tributária do país, que vinha caindo desde 1999, subiu de 73,2% para 74,6% entre 2001 e 2002.
Para este ano, a equipe econômica prevê queda de mais de dois
pontos do PIB na carga tributária
federal. Isso acontecerá, segundo
o ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, porque não haverá
a elevação de impostos e as receitas extraordinárias (R$ 21,5 bilhões em 2002) vão diminuir.
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