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BALANÇOS
Banco registra maior ganho nominal de sua história, de R$ 3,024 bi; empréstimos com desconto em folha triplicam
Crédito e tarifas levam BB a lucro recorde
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil anunciou ontem o maior lucro em termos nominais de sua história (desconsiderados os efeitos da inflação), de
R$ 3,024 bilhões em 2004. Entre as
instituições financeiras que já divulgaram resultado, o BB só ficou
atrás (mas quase empatado) do
Bradesco, com R$ 3,060 bilhões.
O Itaú vai publicar seu balanço de
2004 hoje.
Em comparação aos valores de
2003 (R$ 2,381 bilhões), o ganho
líquido do banco cresceu 27%,
puxado por um forte aumento
das operações de crédito e da receita com tarifas.
Segundo a consultoria Economática, corrigidos os lucros de
exercícios anteriores a valores de
dezembro de 2004 (pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo), o
resultado do ano passado foi o segundo maior da instituição até
hoje, superado somente pelo de
1988, de R$ 3,250 bilhões.
Segundo o presidente interino
do BB, Rossano Maranhão, a elevação dos ganhos se deve em
grande medida a uma expansão
dos empréstimos e financiamentos concedidos no ano passado.
Em relação ao ano anterior, a carteira de crédito do banco subiu
14,1%, para R$ 88,55 bilhões (o
equivalente a 18,3% de todo o
mercado nacional -a maior participação do sistema). A parcela
direcionada às pessoas físicas foi a
que mais cresceu, 21,7%.
De acordo com Maranhão, cerca de 70% do lucro se deve à intermediação financeira (concessão
de crédito e cobrança de tarifas).
Os 30% restantes se referem a
operações de tesouraria, que incluem aplicações em títulos públicos federais.
Separadamente, as receitas com
a prestação de serviços (sobre
transferências de recursos, emissão de cartões etc.) foram as que
mais cresceram no período
(20,3%), de R$ 5,491 bilhões para
R$ 6,607 bilhões.
No segmento de crédito para
pessoas físicas, Maranhão destacou os empréstimos com desconto em folha de pagamento, que
triplicaram entre dezembro de
2003 e o mesmo mês do ano passado, saltando de um estoque de
R$ 500 milhões para R$ 1,5 bilhão.
Ele diz que, para este ano, a expectativa é mais que dobrar esse valor, para R$ 3,5 bilhões.
Nessa projeção, o presidente do
BB considera um potencial de 5,6
milhões de trabalhadores de 2.000
empresas que mantêm convênios
com o banco para o pagamento
de salários, além de outros 4 milhões que recebem pela instituição mas que não estão conveniados. O banco também negocia
acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para elevar a base de clientes.
Para este ano, Maranhão espera
uma ampliação da carteira total
de crédito para pessoa física entre
20% e 25%, com foco nas operações de consumo (como financiamento para aquisição de bens e
Crédito Direto ao Consumidor).
Ganhos em alta
Outra instituição financeira que
anunciou seus resultados ontem
foi o Banco Votorantim, que alcançou no ano passado um lucro
líquido de R$ 740,9 milhões. Esse
resultado foi 17,75% superior ao
obtido em 2003. O retorno sobre o
patrimônio líquido da instituição,
que soma R$ 3,08 bilhões, foi de
24%. O Banco Votorantim foi
pioneiro na colocação de US$ 75
milhões em títulos no mercado
internacional denominados em
reais.
Colaborou Fabricio Vieira,
da Reportagem Local
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