São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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BALANÇOS

Banco registra maior ganho nominal de sua história, de R$ 3,024 bi; empréstimos com desconto em folha triplicam

Crédito e tarifas levam BB a lucro recorde

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil anunciou ontem o maior lucro em termos nominais de sua história (desconsiderados os efeitos da inflação), de R$ 3,024 bilhões em 2004. Entre as instituições financeiras que já divulgaram resultado, o BB só ficou atrás (mas quase empatado) do Bradesco, com R$ 3,060 bilhões. O Itaú vai publicar seu balanço de 2004 hoje.
Em comparação aos valores de 2003 (R$ 2,381 bilhões), o ganho líquido do banco cresceu 27%, puxado por um forte aumento das operações de crédito e da receita com tarifas.
Segundo a consultoria Economática, corrigidos os lucros de exercícios anteriores a valores de dezembro de 2004 (pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o resultado do ano passado foi o segundo maior da instituição até hoje, superado somente pelo de 1988, de R$ 3,250 bilhões.
Segundo o presidente interino do BB, Rossano Maranhão, a elevação dos ganhos se deve em grande medida a uma expansão dos empréstimos e financiamentos concedidos no ano passado. Em relação ao ano anterior, a carteira de crédito do banco subiu 14,1%, para R$ 88,55 bilhões (o equivalente a 18,3% de todo o mercado nacional -a maior participação do sistema). A parcela direcionada às pessoas físicas foi a que mais cresceu, 21,7%.
De acordo com Maranhão, cerca de 70% do lucro se deve à intermediação financeira (concessão de crédito e cobrança de tarifas). Os 30% restantes se referem a operações de tesouraria, que incluem aplicações em títulos públicos federais.
Separadamente, as receitas com a prestação de serviços (sobre transferências de recursos, emissão de cartões etc.) foram as que mais cresceram no período (20,3%), de R$ 5,491 bilhões para R$ 6,607 bilhões.
No segmento de crédito para pessoas físicas, Maranhão destacou os empréstimos com desconto em folha de pagamento, que triplicaram entre dezembro de 2003 e o mesmo mês do ano passado, saltando de um estoque de R$ 500 milhões para R$ 1,5 bilhão. Ele diz que, para este ano, a expectativa é mais que dobrar esse valor, para R$ 3,5 bilhões.
Nessa projeção, o presidente do BB considera um potencial de 5,6 milhões de trabalhadores de 2.000 empresas que mantêm convênios com o banco para o pagamento de salários, além de outros 4 milhões que recebem pela instituição mas que não estão conveniados. O banco também negocia acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para elevar a base de clientes.
Para este ano, Maranhão espera uma ampliação da carteira total de crédito para pessoa física entre 20% e 25%, com foco nas operações de consumo (como financiamento para aquisição de bens e Crédito Direto ao Consumidor).

Ganhos em alta
Outra instituição financeira que anunciou seus resultados ontem foi o Banco Votorantim, que alcançou no ano passado um lucro líquido de R$ 740,9 milhões. Esse resultado foi 17,75% superior ao obtido em 2003. O retorno sobre o patrimônio líquido da instituição, que soma R$ 3,08 bilhões, foi de 24%. O Banco Votorantim foi pioneiro na colocação de US$ 75 milhões em títulos no mercado internacional denominados em reais.


Colaborou Fabricio Vieira, da Reportagem Local


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