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SAIBA MAIS
Setor não está regulamentado dentro do país
DA REDAÇÃO
No final de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a lei 10.831, que
define produto orgânico como "aquele obtido em sistema orgânico de produção
agropecuário ou oriundo de
processo extrativista sustentável e não prejudicial ao
ecossistema local".
Em seu artigo 3º, a lei diz
que, "para sua comercialização, os produtos orgânicos
deverão ser certificados por
organismo reconhecido oficialmente, segundo critérios
estabelecidos em regulamento". Que ainda não saiu.
Para ter uma idéia do que
isso representa, neste momento o Brasil pode ter diversos produtos orgânicos
reconhecidos nos três maiores mercados mundiais
-EUA, Japão e Alemanha-, mas não tem como
certificar ainda um produto
para o mercado interno.
E, com isso, há a possibilidade de haver orgânicos "piratas", pois, embora a lei
existente preveja multa e
suspensão, não há como fiscalizar e impedir um produto não-orgânico de assim se
"auto-intitular".
O que, no entanto, não impede o país de exportar. "Para os compradores, importa
se o produto está de acordo
com a certificação de seu
país", disse Marcello Brito,
da Agropalma, que vende
seus óleos de palma orgânicos na Europa e nos EUA.
Mas não é ruim para a
imagem do Brasil não ter
-mais esse- marco regulatório no setor na hora de
vender lá fora? Responde
Rachel Soraggi, da Cia Orgânica: "Eles [os estrangeiros]
não sabem que não temos
regulamentação por aqui".
Por enquanto, os produtores seguem sem poder fazer
sua certificação interna. Mas
ainda bancam as inspeções
anuais das certificadoras
existentes no país para poder vender seu produto sem
sustos no mercado externo.
E isso inclui a exposição na
Biofach, onde, segundo
Thomas Timm, da Câmara
Brasil-Alemanha, um produto pode ser barrado se a
organização da feira constatar que ele não obedece às
especificações para ser considerado orgânico.
(FSL)
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