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FRUTAS
Só 2% dos caroços são usados
Indústria do cupuaçu ainda é frágil no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de obter o cancelamento do registro da marca "cupuaçu" da empresa japonesa Ashai
Foods na União Européia, a indústria da fruta no Brasil tem que
superar obstáculos internos para
a sua consolidação.
O cupulate -chocolate feito à
base de cupuaçu- é um dos mais
importantes produtos comercializados, mas a indústria ainda é
frágil. "A indústria está muito
aquém do seu potencial. A produção não é organizada. Quase todos têm um pé de cupuaçu. É
uma fruta muito popular, mas há
poucas cooperativas voltadas para o beneficiamento da fruta",
avalia Adilson Vieira, secretário-geral da ONG GTA (Grupo de
Trabalho Amazônico).
O cupulate é preparado com o
beneficiamento do caroço de cupuaçu. Mas, segundo estimativas
do GTA, apenas 2% dos caroços
são aproveitados com esse fim. A
maioria, diz Viera, vai para o lixo
por falta de transporte ou do conhecimento de técnicas de beneficiamento pelos produtores.
E foi justamente a produção do
cupulate um dos principais imbróglios da disputa comercial entre o Brasil e a empresa japonesa,
que havia entrado com um pedido de patenteamento da produção industrial desse tipo de chocolate e de óleos extraídos da semente do cupuaçu.
Conhecido como o "cacau amazônico", o cupuaçu é uma cultura
praticamente secundária para
agricultores da região amazônica.
Devido a essa popularização, os
analistas de mercado dizem que é
difícil encontrar estatísticas precisas relativas à produção da fruta,
o que dificulta a divulgação de informação sobre o manejo. "Após
ser colhido, se não por congelado
rapidamente, o produto acaba se
estragando", afirma Vieira.
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