São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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FRUTAS

Só 2% dos caroços são usados

Indústria do cupuaçu ainda é frágil no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de obter o cancelamento do registro da marca "cupuaçu" da empresa japonesa Ashai Foods na União Européia, a indústria da fruta no Brasil tem que superar obstáculos internos para a sua consolidação.
O cupulate -chocolate feito à base de cupuaçu- é um dos mais importantes produtos comercializados, mas a indústria ainda é frágil. "A indústria está muito aquém do seu potencial. A produção não é organizada. Quase todos têm um pé de cupuaçu. É uma fruta muito popular, mas há poucas cooperativas voltadas para o beneficiamento da fruta", avalia Adilson Vieira, secretário-geral da ONG GTA (Grupo de Trabalho Amazônico).
O cupulate é preparado com o beneficiamento do caroço de cupuaçu. Mas, segundo estimativas do GTA, apenas 2% dos caroços são aproveitados com esse fim. A maioria, diz Viera, vai para o lixo por falta de transporte ou do conhecimento de técnicas de beneficiamento pelos produtores.
E foi justamente a produção do cupulate um dos principais imbróglios da disputa comercial entre o Brasil e a empresa japonesa, que havia entrado com um pedido de patenteamento da produção industrial desse tipo de chocolate e de óleos extraídos da semente do cupuaçu.
Conhecido como o "cacau amazônico", o cupuaçu é uma cultura praticamente secundária para agricultores da região amazônica. Devido a essa popularização, os analistas de mercado dizem que é difícil encontrar estatísticas precisas relativas à produção da fruta, o que dificulta a divulgação de informação sobre o manejo. "Após ser colhido, se não por congelado rapidamente, o produto acaba se estragando", afirma Vieira.


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