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Número de patentes do Brasil decepciona ONU
Apesar do crescimento de 15% em 2007, país ocupa a 24ª posição mundial em quantidade de registros
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Apesar de ter crescido 15,3%
no ano passado, o número de
patentes internacionais registradas pelo Brasil em 2007 foi
considerado decepcionante pela agência da ONU responsável
pelo setor, a Ompi (Organização Mundial de Propriedade
Intelectual). Os Estados Unidos continuam liderando o ranking de países com maior número de invenções, mas é uma
empresa do Japão que ocupa o
topo da lista.
Segundo o relatório anual divulgado ontem, 384 patentes
foram registradas em 2007 por
empresas ou indivíduos do Brasil, colocando o país em 24º lugar entre os 138 signatários do
Tratado de Cooperação de Patentes. Isso significou uma melhora de quatro posições em relação ao ranking anterior.
"Diante do tamanho da economia brasileira, esperávamos
um número maior", disse o vice-diretor-geral da Ompi Francis Gurry, responsável por monitorar o tratado. Para ele, o
baixo número de patentes significa que o investimento em
pesquisa e desenvolvimento no
Brasil deixa a desejar, além de
indicar um modelo econômico
que ainda privilegia a exploração de matérias-primas, não o
desenvolvimento de produtos
manufaturados e tecnologia.
"Mas isso está mudando, como mostra a Embraer, que atua
num dos setores de maior nível
de inovação, o da aviação."
Entre os Brics, a China é o
país mais bem colocado, na 7ª
posição com 5.456 patentes.
Em seguida aparecem Índia
(19ª) e Rússia (22ª), deixando o
Brasil na lanterna.
O número de patentes creditadas a um país não significa
necessariamente que foram
feitas por empresas nacionais.
No caso do Brasil, por exemplo,
o líder em registros em 2007 foi
o fabricante de eletrodomésticos americano Whirlpool, com
17. Em seguida vêm Luiz Gonzaga Granja Filho, com dez, e
outra companhia estrangeira,
Carrier Corporation, com nove.
Das 384 patentes com origem brasileira, só uma pequena
parcela foi registrada por grandes empresas, segundo a organização. "O interessante é que a
grande maioria delas foi enviada por pequenos inventores e
empresas", disse Catherine Jewell, porta-voz da organização.
O ranking divulgado ontem
pela agência da ONU mostra
que os Estados Unidos continuam sendo, de longe, a grande
potência inovadora do mundo,
com 52.280 patentes em 2007,
o equivalente a 33,5% do total.
Mas também indica que países
asiáticos, como Japão e China,
estão avançando rapidamente.
A Ompi recebeu em 2007 o
número recorde de 156.100 patentes do mundo inteiro, um
aumento de 4,7% em relação ao
ano anterior. No topo do ranking está o conglomerado japonês Matsushita, com 2.100 registros, que tirou o primeiro lugar da companhia holandesa
Philips (2041). Em terceiro está
a alemã Siemens (1.644).
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