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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Novatas não dão retorno maior, diz FGV
O investidor de longo prazo,
que busca retornos excepcionais comprando ações das novatas no mercado de capitais
brasileiro, deve mudar de estratégia. Pesquisa feita pelo
GVcef (Centro de Estudos de
Finanças da Fundação Getulio
Vargas) indica que carteiras
compostas por ações de IPOs
(oferta pública inicial, a sigla
em inglês) têm praticamente o
mesmo retorno de portfólios
que acompanham os índices de
mercado.
Como irão receber injeção de
recursos com a ida ao mercado,
as novatas teriam, pelo menos
na teoria, potencial de crescimento superior ao das outras
empresas na Bolsa. "Não é o
que se constatou na prática",
diz William Eid Júnior, coordenador do GVcef. "No Brasil, os
riscos macro e políticos são elevados. Além disso, houve uma
série de empresas que vieram
ao mercado recentemente que
possivelmente não tinha gabarito para abrir capital e foram
sobrevalorizadas."
Os pesquisadores do GVcef
debruçaram-se sobre os retornos dos IPOs feitos entre 2004
e 2008. Para isso, usaram dois
índices da própria FGV. Um
analisa o desempenho em 36
meses após a abertura de capital. O outro mostra o comportamento do papel 22 dias úteis
depois da realização do IPO,
para expurgar especulações.
Como em 2006 e 2007 houve
um surto de abertura de capital
de construtoras, os pesquisadores preferiram retirar os papéis desse setor da análise. Buscaram, assim, evitar a contaminação do desempenho de uma
única área nos dados.
Entre outros fatores, eles
consideraram em suas análises
o valor da captação inicial e o
fato de a empresa negociar
ações em Bolsas estrangeiras.
Constataram que o nível de governança corporativa e o setor
ao qual a empresa pertence parecem não influenciar nos retornos de longo prazo. "A impressão que se tem é que o selo
de governança corporativa é
vendido como um selo qualquer de marketing", diz Eid.
Príncipe Charles se reúne com empresários
Luiz Fernando Furlan
(Sadia), Miguel Krigsner
(O Boticário), Philippe
Reichstul (Brenco), Maria
Silvia Bastos (Icatu Hartford) e outros presidentes
de empresas se encontrarão com o príncipe Charles no dia 12 de março. O
príncipe de Gales virá ao
Brasil para discutir como
o setor privado pode
atuar de maneira efetiva
no combate às mudanças
climáticas. Participarão
do encontro, no Rio, Craig
Bennett, diretor do programa de liderança em
sustentabilidade da Universidade de Cambridge, e
Graeme Sweeney, vice-presidente para combustíveis do futuro e CO2 da
Shell. A ideia é dar o pontapé inicial para a formação de um grupo de líderes empresariais pela proteção do clima, nos moldes do britânico Corporate Leaders Group. No
Brasil, a coordenação ficará a cargo da Fundação
Getulio Vargas.
TEM REMÉDIO
Com 166 farmácias, o
Wal-Mart estima ter proporcionado economia de
R$ 21,5 milhões a seus clientes no ano passado. A rede
oferece mais de 500 medicamentos genéricos por até
R$ 9,90 e dá desconto de
50% na compra da terceira
caixa do remédio de uso contínuo.
EM ALTA
Com a crise, a venda de genéricos explodiu no último
trimestre de 2008, com alta
de 22,3% ante o mesmo período de 2007, segundo a associação Pró Genéricos. Estudos da consultoria Frost &
Sullivan indicam que a taxa
de crescimento anual desse
mercado no Brasil será de
27,5% até 2011.
MODA
A C&A pretende inaugurar, neste ano, 15 novas lojas
no Brasil, além de reformar
outras 20 de acordo com o
seu novo conceito de arquitetura e design. Nos últimos
três anos, a rede inaugurou
55 lojas no país.
OCUPADO
A Abrarec (Associação
Brasileira das Relações Empresa Cliente) e o Portal Call
Center avaliaram SACs de
90 empresas. Deste total, 46
atenderam a ligação antes
do tempo máximo de 60 segundos. O pior desempenho
ficou com empresas de
transporte terrestre, aéreo e
de telefonia.
ANÁLISE
A prestadora de serviços
de análise de crédito Crivo
registrou 200 milhões de
operações de avaliação de
risco em 2008. Para 2009,
ainda sob efeito da crise, a
empresa projeta alcançar
um volume de avaliações
25% maior do que no ano
anterior. A austeridade nos
processos de concessão de
crédito deve refletir também nos seus resultados.
Além de ampliar a base de
clientes, a empresa prevê
dobrar sua receita.
POSICIONADA
A BM Sua Casa, loja especializada em crédito imobiliário, vai inaugurar suas primeiras unidades em Curitiba e Santos (SP) no mês que
vem. Com os novos pontos-de-venda, conclui sua meta
de abrir 50 lojas no Brasil. A
BM Sua Casa foi lançada em
maio de 2007 pela Brazilian
Mortgages.
RECEITA
A rede de farmácias Pague
Menos planeja realizar investimentos da ordem de
R$ 30 milhões em marketing neste ano.
ANEL DE VIDRO
A Guardian, fabricante de vidros, vai atuar no setor de
moda. A empresa lança em parceria com a galeria Cassiano
Araújo uma coleção de joias desenvolvidas com os cristais
espelhos DiamondGuard, linha da Guardian até então utilizada apenas no setor de decoração. Segundo a diretora de
marketing e negócios da Guardian para a América Latina,
Elisabeth Abduch, a coleção terá 40 modelos desenvolvidos
por cerca de 20 designers e será apresentada em março em
desfile no L'Hotel. Para Abduch, as peças não vão competir
com joias com gemas naturais, pois são mais focadas no uso
no dia-a-dia. "É um produto alternativo, que vai contribuir
para o desenvolvimento do design de joias no Brasil."
Idosos fazem mais compras com crediário
De 2006 a 2008, 28 milhões de novos consumidores passaram a comprar a
prazo, segundo levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Ao analisar o perfil desses
novos consumidores, em boa
parte de baixa renda e estimulados pela facilidade do
crédito, a ACSP constatou,
que os idosos estão usando
mais o crediário.
A participação dos consumidores acima de 70 anos
que compraram a prazo, tradicionalmente da ordem de
7%, subiu para 10%, quando
se inclui o grupo dos novos
consumidores. Na faixa de
idade acima de 61 anos, o aumento de participação foi de
9% para 11%.
"Imagino que isso esteja
ocorrendo porque, em muitos casos, o dinheiro do aposentado acabou se tornando
a principal fonte de renda da
família", afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP.
SAÍDA ESTRATÉGICA
A Fundação Cesp, que gerencia o plano de previdência dos funcionários das empresas de energia de São
Paulo, teve rentabilidade
nominal de 10,97% em
2008. A venda de ações no
valor de R$ 1 bilhão quando
a Bolsa estava acima de 61
mil pontos contribuiu para a
rentabilidade. O rendimento, no entanto, ficou abaixo
da meta de 17,87%, o que gerou um déficit de R$ 780 milhões aos 15 patrocinadores.
TURISTA
O governo de São Paulo
reservou R$ 150 milhões para apoiar obras de infraestrutura nas estâncias turísticas do Estado. São 67 municípios nessa condição, que
neste ano terão assessoria
do governo para elaborar
projetos e solicitar verba. Os
convênios de 2009 devem
ser assinados já no primeiro
semestre. Em 2008, foram
R$ 135,6 milhões em obras
de apoio ao turismo.
CARTEIRA
O Grupo Pão de Açúcar
admitiu, em janeiro, 1.400
pessoas. Para Abilio Diniz,
presidente do conselho, as
contratações são reflexo do
bom desempenho do grupo,
que teve venda maior em janeiro e que se repete em fevereiro.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e FÁTIMA FERNANDES
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