São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Novatas não dão retorno maior, diz FGV

O investidor de longo prazo, que busca retornos excepcionais comprando ações das novatas no mercado de capitais brasileiro, deve mudar de estratégia. Pesquisa feita pelo GVcef (Centro de Estudos de Finanças da Fundação Getulio Vargas) indica que carteiras compostas por ações de IPOs (oferta pública inicial, a sigla em inglês) têm praticamente o mesmo retorno de portfólios que acompanham os índices de mercado.
Como irão receber injeção de recursos com a ida ao mercado, as novatas teriam, pelo menos na teoria, potencial de crescimento superior ao das outras empresas na Bolsa. "Não é o que se constatou na prática", diz William Eid Júnior, coordenador do GVcef. "No Brasil, os riscos macro e políticos são elevados. Além disso, houve uma série de empresas que vieram ao mercado recentemente que possivelmente não tinha gabarito para abrir capital e foram sobrevalorizadas."
Os pesquisadores do GVcef debruçaram-se sobre os retornos dos IPOs feitos entre 2004 e 2008. Para isso, usaram dois índices da própria FGV. Um analisa o desempenho em 36 meses após a abertura de capital. O outro mostra o comportamento do papel 22 dias úteis depois da realização do IPO, para expurgar especulações.
Como em 2006 e 2007 houve um surto de abertura de capital de construtoras, os pesquisadores preferiram retirar os papéis desse setor da análise. Buscaram, assim, evitar a contaminação do desempenho de uma única área nos dados.
Entre outros fatores, eles consideraram em suas análises o valor da captação inicial e o fato de a empresa negociar ações em Bolsas estrangeiras. Constataram que o nível de governança corporativa e o setor ao qual a empresa pertence parecem não influenciar nos retornos de longo prazo. "A impressão que se tem é que o selo de governança corporativa é vendido como um selo qualquer de marketing", diz Eid.

Príncipe Charles se reúne com empresários

Luiz Fernando Furlan (Sadia), Miguel Krigsner (O Boticário), Philippe Reichstul (Brenco), Maria Silvia Bastos (Icatu Hartford) e outros presidentes de empresas se encontrarão com o príncipe Charles no dia 12 de março. O príncipe de Gales virá ao Brasil para discutir como o setor privado pode atuar de maneira efetiva no combate às mudanças climáticas. Participarão do encontro, no Rio, Craig Bennett, diretor do programa de liderança em sustentabilidade da Universidade de Cambridge, e Graeme Sweeney, vice-presidente para combustíveis do futuro e CO2 da Shell. A ideia é dar o pontapé inicial para a formação de um grupo de líderes empresariais pela proteção do clima, nos moldes do britânico Corporate Leaders Group. No Brasil, a coordenação ficará a cargo da Fundação Getulio Vargas.

TEM REMÉDIO
Com 166 farmácias, o Wal-Mart estima ter proporcionado economia de R$ 21,5 milhões a seus clientes no ano passado. A rede oferece mais de 500 medicamentos genéricos por até R$ 9,90 e dá desconto de 50% na compra da terceira caixa do remédio de uso contínuo.

EM ALTA
Com a crise, a venda de genéricos explodiu no último trimestre de 2008, com alta de 22,3% ante o mesmo período de 2007, segundo a associação Pró Genéricos. Estudos da consultoria Frost & Sullivan indicam que a taxa de crescimento anual desse mercado no Brasil será de 27,5% até 2011.

MODA
A C&A pretende inaugurar, neste ano, 15 novas lojas no Brasil, além de reformar outras 20 de acordo com o seu novo conceito de arquitetura e design. Nos últimos três anos, a rede inaugurou 55 lojas no país.

OCUPADO
A Abrarec (Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente) e o Portal Call Center avaliaram SACs de 90 empresas. Deste total, 46 atenderam a ligação antes do tempo máximo de 60 segundos. O pior desempenho ficou com empresas de transporte terrestre, aéreo e de telefonia.

ANÁLISE
A prestadora de serviços de análise de crédito Crivo registrou 200 milhões de operações de avaliação de risco em 2008. Para 2009, ainda sob efeito da crise, a empresa projeta alcançar um volume de avaliações 25% maior do que no ano anterior. A austeridade nos processos de concessão de crédito deve refletir também nos seus resultados. Além de ampliar a base de clientes, a empresa prevê dobrar sua receita.

POSICIONADA
A BM Sua Casa, loja especializada em crédito imobiliário, vai inaugurar suas primeiras unidades em Curitiba e Santos (SP) no mês que vem. Com os novos pontos-de-venda, conclui sua meta de abrir 50 lojas no Brasil. A BM Sua Casa foi lançada em maio de 2007 pela Brazilian Mortgages.

RECEITA
A rede de farmácias Pague Menos planeja realizar investimentos da ordem de R$ 30 milhões em marketing neste ano.

ANEL DE VIDRO
A Guardian, fabricante de vidros, vai atuar no setor de moda. A empresa lança em parceria com a galeria Cassiano Araújo uma coleção de joias desenvolvidas com os cristais espelhos DiamondGuard, linha da Guardian até então utilizada apenas no setor de decoração. Segundo a diretora de marketing e negócios da Guardian para a América Latina, Elisabeth Abduch, a coleção terá 40 modelos desenvolvidos por cerca de 20 designers e será apresentada em março em desfile no L'Hotel. Para Abduch, as peças não vão competir com joias com gemas naturais, pois são mais focadas no uso no dia-a-dia. "É um produto alternativo, que vai contribuir para o desenvolvimento do design de joias no Brasil."

Idosos fazem mais compras com crediário

De 2006 a 2008, 28 milhões de novos consumidores passaram a comprar a prazo, segundo levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Ao analisar o perfil desses novos consumidores, em boa parte de baixa renda e estimulados pela facilidade do crédito, a ACSP constatou, que os idosos estão usando mais o crediário.
A participação dos consumidores acima de 70 anos que compraram a prazo, tradicionalmente da ordem de 7%, subiu para 10%, quando se inclui o grupo dos novos consumidores. Na faixa de idade acima de 61 anos, o aumento de participação foi de 9% para 11%.
"Imagino que isso esteja ocorrendo porque, em muitos casos, o dinheiro do aposentado acabou se tornando a principal fonte de renda da família", afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP.

SAÍDA ESTRATÉGICA
A Fundação Cesp, que gerencia o plano de previdência dos funcionários das empresas de energia de São Paulo, teve rentabilidade nominal de 10,97% em 2008. A venda de ações no valor de R$ 1 bilhão quando a Bolsa estava acima de 61 mil pontos contribuiu para a rentabilidade. O rendimento, no entanto, ficou abaixo da meta de 17,87%, o que gerou um déficit de R$ 780 milhões aos 15 patrocinadores.

TURISTA
O governo de São Paulo reservou R$ 150 milhões para apoiar obras de infraestrutura nas estâncias turísticas do Estado. São 67 municípios nessa condição, que neste ano terão assessoria do governo para elaborar projetos e solicitar verba. Os convênios de 2009 devem ser assinados já no primeiro semestre. Em 2008, foram R$ 135,6 milhões em obras de apoio ao turismo.

CARTEIRA
O Grupo Pão de Açúcar admitiu, em janeiro, 1.400 pessoas. Para Abilio Diniz, presidente do conselho, as contratações são reflexo do bom desempenho do grupo, que teve venda maior em janeiro e que se repete em fevereiro.

com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e FÁTIMA FERNANDES


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