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CONTAS EXTERNAS
Banco Central estima aumento de US$ 2 bi, para US$ 16 bi, no total de ingressos estrangeiros neste ano
BC eleva previsão de investimento externo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central decidiu elevar
de US$ 14 bilhões para US$ 16 bilhões sua projeção para o ingresso
de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano.
Segundo o BC, a mudança se explica, principalmente, por dois fatores: os resultados registrados no
início deste ano, que têm ficado
acima do esperado inicialmente, e
a fusão da AmBev com a cervejaria belga Interbrew.
Entre janeiro e fevereiro, o fluxo
de investimentos ficou em US$
2,088 bilhões. Neste mês, de acordo com o BC, deve ser investido
cerca de mais US$ 1,3 bilhão, o
que levaria o resultado acumulado no ano para US$ 3,4 bilhões,
com aumento de 25% em relação
aos primeiros três meses de 2004.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes,
disse que esses números representam "uma indicação de que os
investimentos estão voltando a
fluir com normalidade" para o
Brasil, o que justificaria o aumento nas projeções para este ano.
Além disso, diz Lopes, o BC passou a contar com um adicional de
aproximadamente US$ 1 bilhão
que deve vir da fusão da AmBev
com a Interbrew. No ano passado,
a mudança no controle da empresa já havia resultado num negócio
de US$ 4,89 bilhões.
Neste mês deve chegar a vez dos
acionistas minoritários: a recém-criada InBev irá fazer uma oferta
para comprar as ações da AmBev
que ainda estão no mercado.
O aumento no fluxo de investimentos para o Brasil, somado aos
bons resultados da balança comercial, tem ajudado a reforçar as
reservas em moeda estrangeira do
governo. Isso porque o forte ingresso de capital tem permitido
ao BC comprar uma grande
quantidade de dólares no mercado de câmbio, sem que isso cause
pressões muito significativas na
cotação da moeda dos EUA.
Estima-se que, neste ano, o BC
já tenha comprado mais de US$ 8
bilhões. Com isso, as reservas internacionais, que no final de 2002
estavam em US$ 14,2 bilhões, estão em US$ 33 bilhões -já excluídos desses valores os recursos
emprestados pelo Fundo Monetário Internacional.
Nas contas do BC, o total de dólares que deve ingressar no país
deve superar a soma das remessas
ao exterior em US$ 13,8 bilhões.
Essa "sobra" de recursos no
mercado de câmbio, por sua vez,
pode ser comprada tanto pelos
bancos como pelo BC. As aquisições feitas pelo BC ao longo de
2004 chegaram a US$ 5,3 bilhões.
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