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Furlan espera superação da meta de exportação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Animado com os últimos dados
da balança comercial, o ministro
do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem
que a meta de exportações para
2005 provavelmente será superada. Segundo ele, as vendas externas alcançarão de US$ 111 bilhões
a US$ 112 bilhões -a meta inicial
era exportar US$ 108 bilhões.
Furlan, porém, ressalvou que
para tal objetivo ser atingido é necessário manter o atual desempenho das exportações, cuja média
diária é de US$ 400 milhões.
"Estamos revendo a nossa meta
de US$ 108 bilhões, mas vai depender do desempenho dos próximos três meses. Estamos mantendo média diária de US$ 400
milhões", disse Furlan, após reunião da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), no Rio.
Para 2006, a meta de R$ 120 bilhões também pode ser revista.
Apesar do otimismo, Furlan
afirmou que há um "gargalo" a
ser vencido: a expansão da infra-estrutura, especialmente portuária. Disse que, graças ao aumento
das exportações, a movimentação
de carga adicional nos portos
crescerá 20% além da estimativa
de 215 milhões de toneladas em
quatro anos. Para fomentar a expansão da infra-estrutura, a idéia
é que o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) crie fundos específicos.
De acordo com ele, o banco estatal poderá ser até acionista das
empresas nos projetos, já que os
fundos contarão com a participação da BNDESPar (empresa de
participações do banco), com carteira de cerca de R$ 40 bilhões.
Reunido com empresários do
comércio exterior, Furlan se comprometeu ainda a levar ao governo dois pleitos de interesse do setor: a mudança na forma de crédito do ICMS para empresas exportadoras e a alteração do Proex.
Como não há recolhimento do
ICMS nas exportações, empresas
que recebem créditos de imposto
ao longo da cadeia produtiva não
têm como descontá-los na ponta
final, diferentemente do que
ocorre quando vendem seus produtos ao mercado interno. Exportadores querem que o governo
crie uma mecanismo para compensar esses créditos.
Já no caso do Proex, a proposta
da AEB é transformar o programa
num fundo rotativo. Ou seja: tudo
o que voltar para o governo sob a
forma de pagamento de empréstimos antigos do Proex seria capitalizado num fundo e não iria para os cofres da União.
O Proex depende hoje de recursos orçamentários, o que dá instabilidade aos contratos longos de
exportação, pois não há a garantia
que no ano seguinte haverá o
mesmo volume de recursos disponíveis.
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