|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NA MIRA DO LEÃO
Polícia Federal detém grupo que regularizava débitos de empresas devedoras do fisco; golpe soma R$ 100 mi
Presa quadrilha acusada de fraudar a Receita
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma quadrilha acusada de fraudar o fisco em R$ 100 milhões foi
presa ontem pela Receita Federal,
em parceria com a Polícia Federal
e o Ministério Público Federal.
O grupo, formado por pelo menos oito pessoas, agia havia cinco
anos roubando senhas de servidores da Receita e regularizando
débitos de empresas devedoras
do fisco. Em São Paulo, foram
presos temporariamente quatro
contadores. Outros quatro servidores do Serpro (Serviço Federal
de Processamento de Dados) foram presos na Bahia em 2005
-daí o nome da operação de ontem ser "Cidade Baixa".
"As investigações começaram
em 2001, quando um fraudador
do INSS, ao ser detido, informou
que havia um esquema dentro da
Receita que envolvia a baixa de
débitos de empresas devedoras",
afirmou Gerson D'Agord Schaan,
coordenador-geral de pesquisa e
investigação da Receita Federal.
Após receber a denúncia, o serviço de inteligência da Receita
passou a monitorar o sistema de
cobrança e débitos de créditos tributários, que detém informações
de todas as empresas que constam nesse cadastro.
No final de 2005, a Receita identificou que quatro servidores do
Serpro, que trabalhavam na Delegacia da Receita em Salvador, faziam operações com senhas de
auditores fiscais de outras regiões.
Em parte delas eram inseridos
pagamentos fictícios de débitos,
quitados processos fiscais e emitidas certidões negativas de débito.
O caso ficou conhecido na Receita
como "Caso Tias" -porque os
servidores do Serpro eram antigos, segundo informou a Receita.
Para "roubar" os códigos, os
servidores instalaram programas
de software que invadiam o sistema da Receita e copiavam senhas
de auditores que têm acesso ao
sistema de cobrança de débitos
das empresas. "São programas invasivos, que funcionam de forma
similar aos usados por fraudadores que atuam na internet roubando senhas de contas correntes. São verdadeiros espiões", disse o coordenador.
Após copiar os códigos, eles
eram usados para fazer operações
com as empresas que haviam "encomendado o serviço aos contadores", segundo informam auditores. "Não há um nicho específico de atuação. São dezenas de empresas de diversas regiões do país.
Em sua maioria, são de médio
porte", disse Schaan. A quadrilha
chegava a cobrar até 20% do valor
total do débito das empresas.
Texto Anterior: Transporte: Acaba hoje prazo de oferta por ferrovia Próximo Texto: Agronegócio: Suco de laranja tem maior preço em 14 anos Índice
|