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MERCADO E ELEIÇÕES
Para Marcelo Mesquita, do UBS, vitória do oposicionista daria maior fôlego ao Ibovespa do que Lula
Bolsa sobe 19% com Alckmin, diz banco
DA BLOOMBERG
O Ibovespa, índice referencial
de ações do Brasil se beneficiará
com uma vitória do governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin,
nas eleições presidenciais deste
ano, disse Marcelo Mesquita, estrategista do setor de participações acionárias do UBS AG.
Mesquita prevê que o índice terá uma alta de 19%, totalizando 45
mil pontos, caso Alckmin vença
em outubro. Se Luiz Inácio Lula
da Silva conseguir se reeleger, o
índice sofrerá uma queda de
7,8%, indo a 35 mil pontos.
"A percepção do mercado é de
que seria mais fácil para Alckmin
formar uma coalizão no Congresso e de que ele teria mais determinação e um entendimento mais
claro a respeito da necessidade da
realização de reformas", disse
Mesquita, estrategista do setor de
ações da divisão brasileira do
UBS. "Se Alckmin subir nas pesquisas, o mercado acionário pode
ficar mais entusiasmado."
O Ibovespa, que reúne as ações
mais negociadas da Bolsa, subiu
1,76% de 14 de março, quando
Alckmin, 53, foi indicado pelo
PSDB, a anteontem. Ontem, o
Ibovespa caiu 2,11%, fechando o
dia em 37.398 pontos. A previsão
de Mesquita para o índice até o final deste ano é que alcance 39 mil
pontos, com base na hipótese de
que cada candidato tem uma probabilidade de 50% de vencer.
Alckmin estará numa posição
melhor para pressionar o Congresso pela adoção de mudanças
nas políticas fiscal e previdenciária, que atrairiam mais investimentos de empresas privadas para o país, disse Mesquita.
O ponto de vista de Mesquita
contrasta com o de Pedro Paulo
Silveira, que auxilia na administração de R$ 100 milhões na Globalinvest Asset Management, de
São Paulo. A Bovespa encerrará o
ano em aproximadamente 44 mil
ou 45 mil pontos, independentemente de o vitorioso ser Alckmin
ou Lula, disse Silveira. "As políticas econômicas de um e de outro
provavelmente não serão diferentes das que temos observado nós
últimos anos", disse ele.
O Índice Bovespa mais do que
triplicou desde que Lula assumiu
a Presidência, em janeiro de 2003.
O real se valorizou 27% em relação ao dólar nos últimos 12 meses,
no melhor desempenho entre 61
divisas mundiais monitoradas
pela Bloomberg. Os dois candidatos manteriam as contas externas
equilibradas, endureceriam as
políticas fiscais e manteriam a inflação sob controle, disse Silveira.
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