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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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AGROFOLHA

NOVA RAÇA

Animal é usado para melhoria genética devido à produtividade, qualidade da carne e boa adaptação ao clima

Simental sul-africano já atrai produtor

Roosevelt Cássio/Folha Imagem
Cabeças de gado simental sul-africano em fazenda do Grupo Casa Branca Agropastoril


CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O gado simental, a maior raça européia presente no Brasil, já é amplamente utilizado para melhorar a genética do gado nelore, por exemplo. Entretanto, o simental sul-africano só agora começa a atrair o interesse de pecuaristas de corte.
A boa qualidade da carne e a produtividade são citadas como as características importantes da raça. Mas é a facilidade de adaptação ao clima quente do Brasil, sobretudo na região Centro-Oeste, o principal destaque do simental sul-africano.
"Eles são muito resistentes ao calor, o que não acontece com o simental europeu. A pelagem deles é mais fina, o que faz com que tenham menos carrapatos", diz o pecuarista Davi Fernandes, proprietário da fazenda Alambary, que há dois anos se dedica à criação do simental sul-africano.
Paulo Wickbold, da Casa Branca Agropastoril, também endossa o entusiasmo com a raça. "Em janeiro deste ano, visitei 15 fazendas na África do Sul e fiquei bastante impressionado com o desempenho dos animais. Mesmo com pastagens de qualidade ruim e em quantidades insuficientes, o gado estava em excelente condição e com alta produtividade", avalia.
Apesar do crescente interesse, o rebanho do sul-africano no Brasil ainda é bastante modesto. Hoje existem 300 mil cabeças do gado simental europeu, segundo estatísticas da Associação Brasileira de Criadores de Simental. Já o número de animais do sul africano não chega a 100.
Esses animais foram comprados recém-desmamados ou adultos nos últimos anos em leilões no Canadá e nos EUA. Em março, ocorreu o primeiro leilão de gado simental da linhagem sul-africana no país, promovido por Ivan Fábio Zurita. O faturamento chegou a R$ 3,84 milhões.
Até o final deste ano, porém, devem nascer no Brasil os primeiros animais com embriões importados diretamente da África do Sul. A expectativa é de Paulo Marques, proprietário da Casa Branca Agropastoril, que em janeiro comprou um lote de 480 embriões na África do Sul. "Trinta deles já serão inseminados nos próximos meses", diz Wickbold.
O objetivo da Casa Branca Agropastoril é monitorar o desenvolvimento dos animais nascidos no Brasil para, depois, intensificar a venda dos embriões. O custo por embrião já implantado varia de US$ 2.000 a US$ 10.000.

Embriões x animais vivos
A compra de embriões é recomendada para o cruzamento industrial - mistura de raças para produção de gado de corte. "Para esse produtor, é melhor comprar os embriões para que os animais nasçam no ambiente onde serão criados. Assim, eles já ficam adaptados e a produtividade é maior", diz Marques da Agropastoril.
Já a compra de animais vivos é indicada para os criadores que se dedicam à seleção genética. O objetivo é melhorar os animais a cada geração para vender o material genético aprimorado.
Esse é o caso do pecuarista Fernandes. "Quando se compra um lote de embriões, o risco é maior. Só depois do nascimento é que podemos ver que alguns exemplares podem não ser tão bons."
Outra opção é a compra de semem. "Ela também é vantajosa porque possibilita ao criador selecionar as melhores receptoras do seu plantel", afirma Fernandes.


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