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PASTAGEM
Vegetal deve ser usado junto com pasto nativo
Amendoim forrageiro serve de alternativa para alimentar gado
ALESSANDRA MILANEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pecuaristas têm à sua disposição uma maneira alternativa para alimentar o gado: o cultivar
Belmonte, uma espécie de amendoim forrageiro.
A principal vantagem apresentada pela espécie é o alto teor de
proteína. "Leguminosas consideradas de maior qualidade, como a
alfafa, geralmente têm entre 20%
e 22% de proteína. O amendoim
forrageiro tem entre 19% a 21%.
Como o gado pasteja mais as pontas das folhas, ele pode chegar a
ter até 25% de proteína. É uma
forragem de excelente qualidade", diz Judson Valentim, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
O amendoim forrageiro deve
ser usado em consórcio com a
pastagem nativa. Ou seja, o pecuarista planta o amendoim em
meio à pastagem nativa para aumentar a produção de leite ou diminuir o tempo para o abate. "No
caso do gado de leite, aumenta a
produção de leite. No caso do gado de corte, os pecuaristas
-usando o amendoim junto
com outras tecnologias- estão
conseguindo criar até três cabeças
de gado por hectare e estão conseguindo produzir um novilho com
17 arrobas em torno de 22 a 24
meses. No passado, criava-se de 1
a 1,5 cabeça por hectare e demorava em média 36 meses para engordar um boi", diz Valentim.
A espécie recomendada para a
pastagem não é a mesma usada
para o consumo humano. O
amendoim que consumimos é
plantado com sementes e tem colheita anual, enquanto o plantio
do Belmonte é feito com mudas e
é perene. Para começar a usar o
amendoim na pastagem, coloca-se o gado no pasto, para baixar a
pastagem, e, na época da chuva,
planta mudas do amendoim. É
preciso deixar o pasto sem gado
por cerca de um mês.
Segundo ele, existem relatórios
do Ministério da Agricultura
mencionando o uso do amendoim forrageiro desde 1950. "Naquela época quase não havia pastagem cultivada no Brasil, grande
parte era pastagem nativa. Nessas
pastagens nativas, o amendoim
era um importante componente
para que o gado tivesse boa alimentação." Ele conta que foi feito
um estudo com quase 500 acessos
de amendoim nativo em várias
regiões do país. Disso, foram selecionados alguns materiais e os
técnicos começaram a recomendar a cultivar Belmonte.
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