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Fed sinaliza fim de cortes nos juros
BC dos EUA afirma que nova redução não deve ocorrer mesmo que economia se contraia no curto prazo
Decisão de cortar juros em abril foi "apertada", diz ata, que derrubou mercados; Fed prevê PIB menor e inflação e desemprego maiores
DA REDAÇÃO
A sinalização do Fed (Federal
Reserve, o banco central dos Estados Unidos) de que interrompeu o atual ciclo de cortes na taxa
de juros básica derrubou as Bolsas ontem. A expectativa de investidores já era a de que o organismo não reduzisse os juros novamente, mas o que surpreendeu
foi o tom usado por alguns dos
seus membros.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, que teve uma queda expressiva no dia anterior, e a
Nasdaq, que reúne empresas de
alta tecnologia, caíram 1,77%. O
índice Dow Jones teve o seu pior
período de dois dias em quase
três meses, quando a crise nos
mercados estava mais acentuada.
No Brasil, a Bovespa recuou
1,66%.
Segundo a ata da última reunião do Fed, no mês passado, "foi
apertada" a decisão de realizar o
sétimo corte seguido nos juros
desde setembro e alguns dos integrantes manifestaram que uma
nova redução é improvável mesmo que os EUA entrem em recessão. No encontro de abril, apenas
2 dois 10 membros do comitê de
política monetária do Fed votaram a favor da manutenção da taxa, que atualmente está em 2%.
O documento afirma que, para
vários integrantes do Fed, é improvável um novo corte nos juros
ainda que os dados apontem que
a economia americana "se desacelerou ainda mais ou se contraiu
um pouco no curto prazo, salvo se
os desenvolvimentos econômicos e financeiros indiquem um
enfraquecimento significativo do
cenário econômico". Nos primeiros três meses deste ano, o PIB
(Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos se expandiu em
0,6%, o menor crescimento desde o quarto trimestre de 2002. A
expectativa é a de que esse número seja maior quando for divulgada a revisão dos dados no próximo mês.
"Apesar de permanecerem os
riscos para o crescimento, os
membros também estavam preocupados com a possibilidade de
alta no cenário da inflação, devido
aos aumentos continuados nos
preços do petróleo e das commodities e ao fato de que alguns indicadores sugerirem que as expectativas para a inflação subiram
nos últimos meses", diz o documento do banco central dos EUA.
As duas principais preocupações
do Fed são o controle da inflação
e o crescimento da economia.
O Fed, no entanto, continua
preocupado com vários setores
da economia dos Estados Unidos.
O cenário do setor imobiliário
"permaneceu desanimador", os
gastos do consumidor -principal
motor da economia americana-
"aparentemente se desaceleraram para um rastejo". Já a situação do mercado financeiro melhorou, mas permanece "frágil".
Para a entidade, um dos pontos
positivos são as exportações, que
foram ajudadas pela desvalorização do dólar e pelo crescimento
das economias de alguns países.
Previsões
Na ata do mês passado, o Fed
também reduziu a sua previsão
para o crescimento da economia americana e elevou a estimativa para a inflação e o desemprego.
Segundo o organismo, o PIB
dos EUA se expandirá entre
0,3% e 1,2% neste ano -em janeiro, a previsão era de alta de
1,3% a 2%. Já a taxa de desemprego, que se estimava no começo do ano que ficaria entre
5,2% e 5,3%, chegará a até 5,7%.
Já PCE (gastos do consumidor
americano) pode alcançar até
3,4% -um ponto percentual a
mais do que se previa.
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