São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

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Suez diz que apresentou à Aneel mudança em hidrelétrica

Agência nega que já tenha avalizado alterações em projeto

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) receberá na próxima terça-feira detalhes das mudanças no projeto da hidrelétrica de Jirau, que permitiram ao consórcio liderado pela multinacional Suez vencer o leilão para construir e operar a segunda usina do complexo do rio Madeira, em Rondônia. A indefinição pode se estender até 23 de julho, data prevista para a homologação da vitória do consórcio Energia Sustentável do Brasil.
O edital do leilão afirma que "eventuais alterações" no projeto de construção de Jirau dependerão de "prévia anuência" da agência reguladora. A Aneel, no entanto, nega que tenha avalizado o deslocamento da hidrelétrica por um trecho de 9,2 quilômetros no rio Madeira, de Jirau para a cachoeira Caldeirão do Inferno, assim como o aumento do tamanho do reservatório da usina.
As linhas gerais da mudança foram apresentadas durante a entrevista coletiva realizada após o leilão, na última segunda, na sede da Aneel. Na ocasião, representantes do consórcio vencedor apresentaram filme e disseram que, além de diminuir o custo de construção da usina e permitir a antecipação dos prazos de geração de energia, as mudanças reduziriam o impacto ambiental da obra.
O presidente da Aneel, Jerson Kelmann, e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) participaram dessa entrevista.
Anteontem, o presidente da Suez Energy no Brasil, Maurício Bähr, referiu-se a essa apresentação como um primeiro pedido à Aneel de autorização das mudanças. "A Aneel terá de dar sua permissão e essa autorização já foi solicitada, extra-oficialmente na conferência de imprensa e também de modo extra-oficial hoje [anteontem], mas isso já foi feito e é comum e não deve ser nenhum problema", disse o executivo da Suez.
O consórcio liderado pela empreiteira Norberto Odebrecht aguarda manifestação da Aneel para decidir se irá recorrer do resultado do leilão de Jirau. O consórcio Jirau Energia questiona a ausência de comunicado sobre o suposto aval "prévio" da Aneel à mudança no projeto, o que teria comprometido a "transparência" do leilão. "Não se trata de choro de perdedor", disse Irineu Meireles, representante do consórcio derrotado.


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