São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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PROAR

Empresa deve ter aporte de US$ 500 milhões; Tesouro também entrará com carta de fiança de crédito no exterior

BNDES vai participar do socorro à Varig

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai participar do aporte de capital pretendido pela Varig, estimado em US$ 500 milhões. O ministro do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, Sergio Amaral, reuniu-se ontem com diretores da companhia aérea e do banco estatal para analisar as formas como a entrada do BNDES na Varig será realizada.
"Estamos bastante avançados nos trabalhos. O BNDES terá participação não majoritária na Varig. O montante será definido somente depois de o projeto de reestruturação ser bem especificado", disse Amaral. Os entendimentos entre o BNDES e a Varig vêm ocorrendo há cerca de 40 dias. O Tesouro Nacional também deve entrar com uma carta de fiança que permita a Varig a obter recursos no exterior.
O apoio financeiro do BNDES poderá ser estendido a qualquer companhia aérea que solicitar a ajuda do governo e que negocie com o banco estatal um projeto de reestruturação. "Estamos trabalhando para melhorar a competitividade das companhias aéreas brasileiras, a fim de que elas tenham condições de concorrer com as estrangeiras".
Até o momento, somente a Varig fez um pedido formal de auxílio financeiro ao BNDES. A Vasp, no entanto, já manifestou a intenção de também fazer a mesma solicitação nos próximos dias.
A dívida atual da Varig gira em torno de US$ 900 milhões. Recentemente, a companhia se viu obrigada a devolver sete Boeing alugados, a fim de se adequar à queda no número de passageiros provocada pela freada da economia.
A aviação civil é um dos setores que têm sentido mais de perto a crise econômica. Amaral afirmou que a decisão de auxiliar as companhias aéreas tem como objetivo final fazer que elas busquem recursos no mercado de ações. "O BNDES oferecerá o apoio necessário para a reestruturação das empresas dispostas a levar adiante projetos nesse sentido. O objetivo é que elas tenham uma recuperação financeira que permita que busquem depois recursos no mercado de ações".
Os entendimentos para o apoio financeiro têm sido discutidos no fórum de competitividade da aviação, criado há pouco mais de um mês. O fórum conta com representantes das empresas aéreas, dos sindicatos dos trabalhadores e do governo. Amaral disse que o governo também adotará mudanças nas regras e nos tributos do setor de aviação civil.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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