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Empresa deve ter aporte de US$ 500 milhões; Tesouro também entrará com carta de fiança de crédito no exterior
BNDES vai participar do socorro à Varig
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) vai participar do aporte de
capital pretendido pela Varig, estimado em US$ 500 milhões. O
ministro do Desenvolvimento,
Comércio e Indústria, Sergio
Amaral, reuniu-se ontem com diretores da companhia aérea e do
banco estatal para analisar as formas como a entrada do BNDES
na Varig será realizada.
"Estamos bastante avançados
nos trabalhos. O BNDES terá participação não majoritária na Varig. O montante será definido somente depois de o projeto de reestruturação ser bem especificado",
disse Amaral. Os entendimentos
entre o BNDES e a Varig vêm
ocorrendo há cerca de 40 dias. O
Tesouro Nacional também deve
entrar com uma carta de fiança
que permita a Varig a obter recursos no exterior.
O apoio financeiro do BNDES
poderá ser estendido a qualquer
companhia aérea que solicitar a
ajuda do governo e que negocie
com o banco estatal um projeto
de reestruturação. "Estamos trabalhando para melhorar a competitividade das companhias aéreas brasileiras, a fim de que elas
tenham condições de concorrer
com as estrangeiras".
Até o momento, somente a Varig fez um pedido formal de auxílio financeiro ao BNDES. A Vasp,
no entanto, já manifestou a intenção de também fazer a mesma solicitação nos próximos dias.
A dívida atual da Varig gira em
torno de US$ 900 milhões. Recentemente, a companhia se viu obrigada a devolver sete Boeing alugados, a fim de se adequar à queda
no número de passageiros provocada pela freada da economia.
A aviação civil é um dos setores
que têm sentido mais de perto a
crise econômica. Amaral afirmou
que a decisão de auxiliar as companhias aéreas tem como objetivo
final fazer que elas busquem recursos no mercado de ações. "O
BNDES oferecerá o apoio necessário para a reestruturação das
empresas dispostas a levar adiante projetos nesse sentido. O objetivo é que elas tenham uma recuperação financeira que permita
que busquem depois recursos no
mercado de ações".
Os entendimentos para o apoio financeiro têm sido discutidos no fórum de competitividade da aviação, criado há pouco mais de um mês. O fórum conta com representantes das empresas aéreas, dos sindicatos dos trabalhadores e do governo. Amaral disse que o governo também adotará mudanças nas regras e nos tributos do setor de aviação civil.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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