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VAREJO
Funcionários serão demitidos
Arapuã fecha mais de 40 lojas no Sul do país
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A Arapuã, que hoje completa
quatro anos de concordata, decidiu fechar mais de 40 lojas da rede
localizadas na região Sul do país
(Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) para dar continuidade ao plano de reestruturação da
empresa.
A Arapuã possui uma rede de
mais de 150 lojas em todo o país e
emprega cerca de 1.500 pessoas. A
dívida da empresa é superior a R$
1 bilhão.
O advogado da Arapuã, Sérgio
Bermudes, diz que, com esse corte, a empresa pretende voltar a registrar lucro para poder sair da
concordata. "A empresa verificou
que não há razão para saídas
drásticas, como a falência", diz
Bermudes.
Segundo Bermudes, apesar do
momento difícil que atravessa a
economia brasileira, a Arapuã
acha que há muitas chances de
concluir com êxito seu plano de
reestruturação. O plano de reestruturação da Arapuã, de acordo
com Bermudes, recebeu a adesão
de 82% dos credores.
O advogado disse que a empresa ainda não definiu o número de
funcionários que serão dispensados com o fechamento das lojas.
A Folha apurou, no entanto, que
o corte deve atingir cerca de 30%
do total de empregados.
A Arapuã, que pertence à família Simeira Jacob, não pagou as
três parcelas já vencidas da concordata decretada em 22 de junho
de 1998.
Há quatro anos, a Arapuã entrou em sérias dificuldades. Os
controladores da empresa alegaram o alto índice de inadimplência para o pedido de concordata.
Na época, os créditos em atraso
somavam cerca de R$ 550 milhões.
Apesar de não ter pago as parcelas vencidas da concordata, a Justiça ainda não decretou a falência
da empresa por confiar no seu
plano de reestruturação. A Arapuã ainda possui receita de cerca
de R$ 600 milhões por ano e esse é
o principal fator que a empresa
alega para evitar que sua falência
seja decretada. "A falência seria
pior para todo mundo", diz Bermudes.
A Lei de Falências e Concordatas, de 1945, determina que a Justiça decrete a falência de uma empresa caso ela descumpra algum
item do contrato feito para a
aprovação de sua concordata. O
atraso no pagamento das parcelas
vencidas da concordata já seria
motivo para a falência.
Para evitar a falência, a Arapuã
propôs à Justiça o seu novo plano
de reestruturação, com o enxugamento do número de lojas e corte
de funcionários, com o objetivo
de tornar a empresa rentável para
poder saldar suas dívidas.
A Arapuã já foi a maior rede de
eletrodomésticos do país. A empresa chegou a ter ações negociadas na Bolsa de Nova York.
A empresa atribui seus problemas à política de alta de juros do
governo, por ter sido responsável pelo alto índice de inadimplência
de seus clientes.
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