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VOLTA AO PASSADO
Defendendo inspiração em Vargas, presidente do BNDES diz que é visto como "monstro jurássico"
Críticas são "carícias", afirma Carlos Lessa
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Após coordenar seminário sobre "Vargas e o Projeto de Desenvolvimento Nacional", o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa,
chamou de "carícias" as críticas
liberais que o tratam como um
"monstro jurássico", com idéias
voltadas para o passado.
"A crítica fácil é essa [a de que
ele quer o retorno ao passado].
Já me chamaram de monstro jurássico etc. Na verdade, essas
coisas são carícias. Elas [as críticas] não têm conteúdo", disse
após o evento, realizado no dia
em que o BNDES fez 52 anos.
O seminário de ontem foi o segundo de três que o BNDES promoverá neste ano sobre a influência do ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) no desenvolvimento do
país. No dia 24 de agosto faz 50
anos que Vargas morreu.
Além dos três seminários, que
deverão ser editados em livro, o
BNDES pretende inaugurar um
busto do ex-presidente na passarela de pedestres que une o prédio do banco ao da Petrobras, no
centro do Rio. As duas empresas
foram criadas no segundo governo Vargas.
Neste ano, o BNDES também
já realizou exposição de fotos e
quadros com retratos de Vargas,
com o sugestivo nome de "Bota
o Retrato do Velho Outra Vez",
tirado da conhecida marcha de
Carnaval feita por Haroldo Lobo
e Marino Pinto em homenagem
a Vargas, gravada por Francisco
Alves em 1951.
O seminário de ontem discutiu
o tema "Povo e Inclusão Social"
no governo Vargas. "Há 50 anos
atrás havia fome. Hoje, continua
havendo. O Estado e a sociedade
discutiam a questão e continuam discutindo", afirmou Lessa para ilustrar sua proposta de
que há aspectos da chamada era
Vargas que devem ser rediscutidos sob uma perspectiva atual.
Lessa disse que o tema do desenvolvimento foi abandonado
no Brasil por 20 anos. "Explicitamente, Fernando Henrique Cardoso [presidente de 1995 a 2002]
propôs acabar com a era Vargas", disse, defendendo a retomada do debate sobre o tema,
usando Vargas como referência.
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