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FINANCIAMENTO
Governo diz que só libera mais verbas ao setor agrícola se tirar de outras áreas, como previdência e saúde
Dinheiro do social pode ir para agricultores
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal só vai liberar
verba para contemplar os pedidos
de ajuda do setor agrícola se houver restrições em outras áreas, como previdência e saúde.
A informação foi dada pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural da Câmara, Ronaldo Caiado (PFL-GO),
após participar de reunião ontem
com os ministros Antonio Palocci
Filho (Fazenda) e Roberto Rodrigues (Agricultura).
Parlamentares da bancada ruralista pediram recursos para enfrentar a crise que vive o setor.
"Nós mostramos que o setor
não aceita esse condicionamento
a outras matérias. A função do Estado é cortar os excessos que tem
com os cargos comissionados e
com o tamanho da máquina pública", afirmou Caiado, para
quem a posição de Palocci foi "rígida, dura e intransigente".
Uma das reivindicações dos ruralistas é a ampliação da linha de
crédito para os prejudicados pela
estiagem no Sul, de R$ 1 bilhão (já
liberado) para R$ 5 bilhões.
De acordo com o deputado Luis
Carlos Heinze (PP-RS), a demanda por esses recursos é muito
maior. "Hoje há 502 mil agricultores fora do crédito rural."
Renegociar dívidas
Outro pedido foi a renegociação
da dívida com os bancos oficiais.
"Mostramos a nossa proposta para a renegociação, mas existe total
insensibilidade do governo em
não querer ceder em nenhum
ponto", disse Caiado.
Segundo Heinze, se a situação
permanecer como está, a próxima
colheita será bem menor. "Já estão plantando sem tecnologia,
sem adubo. Os agricultores estão
plantando de qualquer jeito."
Palocci e Rodrigues não falaram
após a reunião.
Com a posição do governo, ganha força o "tratoraço", manifestação da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e entidades
rurais de 12 Estados em protesto
contra a situação atual.
A intenção é reunir 15 mil agricultores em Brasília e promover
um grande almoço na Esplanada
dos Ministérios na próxima terça-feira. A comida será preparada
em uma panela de aço de cinco
metros de diâmetro por um de altura, que chegará dividida em
duas partes, que serão soldadas.
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