São Paulo, sábado, 22 de julho de 2000


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REUNIÃO DE CÚPULA
Sanção a países infratores inclui bloqueio de empréstimos e expulsão do sistema financeiro internacional
G-8 adotará ação contra lavagem de dinheiro

France Presse
Manifestantes pedem a redução das dívidas dos países pobres


DA REDAÇÃO

Os líderes do G-8 (grupo dos sete países mais ricos mais a Rússia) decidiram ontem adotar ações conjuntas para combater a lavagem de dinheiro e aplicar sanções contra países que insistirem em realizar operações com recursos sem procedência conhecida.
Dentre as medidas punitivas em estudo estão a exclusão do país infrator do sistema financeiro internacional e o bloqueio dos empréstimos concedidos por instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Os líderes, reunidos em Okinawa (Japão), ratificaram também uma "lista negra" de nações suspeitas de facilitar esquemas de lavagem, preparada pela "Força-Tarefa de Ação Financeira". A força-tarefa foi criada pelo G-8 e é responsável pela investigação de atividades financeiras ilícitas.
Ao final do encontro, o G-8 divulgou um documento intitulado "Ações contra o Abuso do Sistema Financeiro Global", alertando as instituições financeiras sobre os riscos embutidos em transações com países que estejam na "lista negra".
"Alguns países precisam corrigir ou criar leis para combater a lavagem. Se não, teremos de impor sanções", disse o presidente francês Jacques Chirac.
Cerca de US$ 600 bilhões -recursos provenientes de cartéis de droga, máfias e outras atividades criminais- passam todo ano por esquemas de lavagem de dinheiro. O montante equivale ao PIB (Produto Interno Bruto) do Canadá, sétima maior economia do mundo.

Promessa
Os sete países mais ricos do mundo renovaram seu compromisso de reduzir as dívidas dos países subdesenvolvidos em US$ 100 bilhões. No entanto nenhuma medida em concreto foi discutida ontem.
O perdão das dívidas foi prometido no ano passado, na reunião do G-8 em Colônia (Alemanha). Seriam beneficiados os 40 países mais pobres do mundo que seguissem as reformas econômicas propostas pelo FMI.
Até agora, porém, apenas nove países tiveram suas dívidas efetivamente reduzidas. O alívio da dívida foi de US$ 15 bilhões. Outros 11 países, de acordo com o G-8, deverão ter parte de suas dívidas perdoadas até o final do ano.
Os demais não conseguiram atender às exigências do Fundo para obter o benefício.
"Os governantes expressaram a necessidade de flexibilizar as exigências para a concessão do benefício", disse Lael Brainard, assessora da Casa Branca para assuntos econômicos.
As ONGs (organização não-governamentais) presentes na reunião de cúpula exigem também a revisão da lista dos países a serem beneficiados.
"Países como Chade, Bolívia e Nigéria não conseguiram a ajuda porque não concluíram os acordos com o Fundo e outros como Angola, Quênia e Vietnã estão simplesmente fora da lista dos 40 países mais pobres", diz Adrian Lovett, responsável pelo movimento Jubilee 2000 no Reino Unido. O movimento conseguiu reunir 18 milhões de assinaturas em todo o mundo a favor da causa.
Os líderes do G-8, que se reúnem até amanhã, concluíram o encontro de ontem afirmando que as perspectivas de crescimento econômico mundial melhoraram em relação ao ano passado.
No entanto, os países do grupo manifestaram "preocupação" com a alta dos preços do petróleo.
"Ressaltamos a necessidade de estabilidade no mercado de petróleo para que haja crescimento sustentado ", disseram os líderes.


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