São Paulo, sábado, 22 de julho de 2006

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Novo corte de vôos tumultua aeroporto

Após anunciar que só faria rota Rio-São Paulo, Varig aumenta filas em concorrentes e deixa passageiros sem informação

Demais empresas aéreas tiveram dificuldade para absorver a demanda gerada pela redução das operações da Varig

ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No primeiro dia de operação como "nova Varig", a aérea não conteve os problemas das semanas anteriores. Ao contrário, em plena alta temporada de férias, o corte de rotas de ontem resultou em tumultos.
De 21 de junho até anteontem, a Varig operava em caráter emergencial 25 destinos nacionais e internacionais. Depois do leilão de compra da Varig, anteontem, a nova direção anunciou a Varig faria só a ponte aérea Rio-São Paulo, "temporariamente" -pleito que a Agência Nacional de Aviação Civil acabou por rejeitar.
Ontem pela manhã, os passageiros da Varig no aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo) encontraram o aviso de cancelamento e, com bilhetes endossados para outras companhias, fizeram uma fila que, por volta das 9h, atravessava a Asa B do aeroporto, das concorrentes nacionais TAM e Gol, chegando à Asa C, da Varig.
Lá, passageiros internacionais reclamavam: "Endossaram minha passagem para a Avianca, que não aceitou. E disseram que, mesmo eu pagando nova passagem, teria de esperar, pois os vôos estão todos lotados", disse o cardiologista venezuelano Nelson Carrillo.
O problema se repetiu com a Aerolíneas Argentinas, disse Carrillo. Outros médicos venezuelanos, vindos de um congresso, juntaram-se ao protesto contra o cancelamento do vôo para Caracas. José Antonio Condado disse que só a American Airlines ofereceu uma solução para sua pressa: comprar passagem para Miami e de lá para Caracas. Sem visto para os Estados Unidos, ele resignou-se a esperar.
Embora no aeroporto doméstico de Congonhas o movimento fosse considerado "normal para uma sexta-feira de férias", concorrentes reconheciam que a espera cresceu, especialmente para o Nordeste.
Com a maioria dos aviões no chão, funcionários foram realocados para endosso e orientação. Eliomar Alcântara, agente de inspeção em Guarulhos, foi ao saguão "evitar que batam em alguém". Na confusão, os funcionários não sabiam informar que a Varig havia confirmado -somente ontem- duas rotas internacionais e algumas nacionais, além da Rio-São Paulo.


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