São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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VIZINHO 2

Argentina reforça controle contra a saída de capitais

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Em meio à maior fuga de capitais da história, que chega a US$ 43 bilhões desde 2007, a Argentina vai aumentar os controles tributários para compra de dólares no país. A Afip (Receita Federal) e o Banco Central trabalham na criação de um sistema para verificar, em tempo real, se o comprador possui patrimônio para justificar a compra da moeda norte-americana.
A ideia é antecipar essa checagem, hoje feita por análise das declarações de renda do comprador, o que gera atraso de até 18 meses desde a operação. Com base no patrimônio de cada contribuinte, o governo fixará limites para a compra de dólares.
"A liberdade cambial está garantida", afirmou o chefe da Afip, Ricardo Echegaray. Não haverá mudanças, disse, na permissão para compra de até US$ 2 milhões por mês para pessoa física ou jurídica.
"Com a medida, o governo não quer que terceiros comprem dólares", afirmou Fernando Izzo, analista da ABC Mercado. No final de 2008, o governo já havia dificultado a aquisição de dólares por fora do mercado formal, em operações de Bolsa.
A saída de capitais atual já supera a de 2001-2002, quando US$ 18 bilhões deixaram o país em um cenário de confisco de depósitos, desvalorização do peso e crise política e social.
A atual fuga, dizem analistas, está relacionada sobretudo a fatores políticos e culturais, como intervenções do governo na economia (controle de preços, subsídios, intervenção em estatísticas) e a tendência dos argentinos a economizar em dólares.
O governo também anunciou ontem mudanças no Indec, o IBGE local, após dois anos e meio de índices oficiais em descrédito no país.
Para tentar recuperar a credibilidade do instituto, suspeito de manipular índices, o governo subordinou o órgão ao controle do ministério da Economia e criou uma direção técnica e um conselho acadêmico externo para revisar os números.


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