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VIZINHO 2
Argentina reforça controle contra a saída de capitais
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Em meio à maior fuga de
capitais da história, que chega a US$ 43 bilhões desde
2007, a Argentina vai aumentar os controles tributários para compra de dólares
no país. A Afip (Receita Federal) e o Banco Central trabalham na criação de um sistema para verificar, em tempo real, se o comprador possui patrimônio para justificar a compra da moeda norte-americana.
A ideia é antecipar essa
checagem, hoje feita por análise das declarações de renda
do comprador, o que gera
atraso de até 18 meses desde
a operação. Com base no patrimônio de cada contribuinte, o governo fixará limites
para a compra de dólares.
"A liberdade cambial está
garantida", afirmou o chefe
da Afip, Ricardo Echegaray.
Não haverá mudanças, disse,
na permissão para compra
de até US$ 2 milhões por mês
para pessoa física ou jurídica.
"Com a medida, o governo
não quer que terceiros comprem dólares", afirmou Fernando Izzo, analista da ABC
Mercado. No final de 2008, o
governo já havia dificultado a
aquisição de dólares por fora
do mercado formal, em operações de Bolsa.
A saída de capitais atual já
supera a de 2001-2002,
quando US$ 18 bilhões deixaram o país em um cenário
de confisco de depósitos,
desvalorização do peso e crise política e social.
A atual fuga, dizem analistas, está relacionada sobretudo a fatores políticos e culturais, como intervenções do
governo na economia (controle de preços, subsídios, intervenção em estatísticas) e a
tendência dos argentinos a
economizar em dólares.
O governo também anunciou ontem mudanças no Indec, o IBGE local, após dois
anos e meio de índices oficiais em descrédito no país.
Para tentar recuperar a
credibilidade do instituto,
suspeito de manipular índices, o governo subordinou o
órgão ao controle do ministério da Economia e criou
uma direção técnica e um
conselho acadêmico externo
para revisar os números.
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