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FMI apóia redução de juro e elogia país
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O FMI (Fundo Monetário Internacional) apoiou ontem o corte
de 2,5 pontos percentuais na taxa
básica de juros no Brasil e elogiou
a atuação do Banco Central nos
últimos meses.
Para o porta-voz do Fundo,
Thomas Dawson, a política monetária do governo está bem
orientada para que as metas estabelecidas em conjunto com a instituição sejam cumpridas.
"O corte nos juros demonstra a
continuidade da convergência da
inflação em direção às metas fixadas", disse Dawson.
O porta-voz do FMI lembrou
que nos últimos três meses o Banco Central já realizou um corte de
4,5 pontos na Selic.
"A política monetária continua
firmemente orientada para atingir as metas de inflação, e nós
apoiamos a atual política do Banco Central", disse.
Dawson afirmou também que
as metas gerais do acordo em vigor entre o Brasil e o Fundo vêm
"alcançando uma performance
muito boa".
"O governo está encaminhando
as reformas tributária e da Previdência no Congresso e as autoridades brasileiras continuam demonstrando uma firme resolução
em implementar seu programa
econômico", disse.
Sobre a possibilidade de o Brasil
fechar um novo acordo com o
FMI até o final do ano, Dawson
disse, mais uma vez, que a decisão
deve ser tomada pelo governo
brasileiro.
"O atual acordo está nos trilhos
e decisões sobre programa ou
mudanças de metas cabe ao Brasil
avaliar e discutir", afirmou o porta-voz do FMI.
Anteontem, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse que o
Brasil "não precisa" e "não é obrigado" a renovar o acordo com o
FMI. Lula disse que a decisão pode depender "de que tipo de acordo" o país terá com o Fundo.
Investimento X despesa
Um dos pedidos que o Brasil deve fazer ao FMI se eventualmente
quiser fechar um novo entendimento com a instituição é retirar
os gastos com investimentos de
empresas estatais da conta de despesas do país.
Dawson voltou a dizer ontem
que esse assunto específico "tem
vindo à tona particularmente no
caso do Brasil" e que o FMI vem
"analisando e discutindo o tema
dentro do contexto de cada país e
região".
O programa em vigor entre o
Brasil e o Fundo foi fechado em
2002, ainda durante o governo
Fernando Henrique Cardoso, e
permitiu ao país tomar um empréstimo de até US$ 30 bilhões,
dos quais um terço ainda não foi
sacado.
Até o momento, o país tem
cumprido com folga as metas essenciais do acordo -quais sejam
a economia para o pagamento de
juros (superávit primário), para
reduzir a dívida pública.
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