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São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

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FMI apóia redução de juro e elogia país

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O FMI (Fundo Monetário Internacional) apoiou ontem o corte de 2,5 pontos percentuais na taxa básica de juros no Brasil e elogiou a atuação do Banco Central nos últimos meses.
Para o porta-voz do Fundo, Thomas Dawson, a política monetária do governo está bem orientada para que as metas estabelecidas em conjunto com a instituição sejam cumpridas.
"O corte nos juros demonstra a continuidade da convergência da inflação em direção às metas fixadas", disse Dawson.
O porta-voz do FMI lembrou que nos últimos três meses o Banco Central já realizou um corte de 4,5 pontos na Selic.
"A política monetária continua firmemente orientada para atingir as metas de inflação, e nós apoiamos a atual política do Banco Central", disse.
Dawson afirmou também que as metas gerais do acordo em vigor entre o Brasil e o Fundo vêm "alcançando uma performance muito boa".
"O governo está encaminhando as reformas tributária e da Previdência no Congresso e as autoridades brasileiras continuam demonstrando uma firme resolução em implementar seu programa econômico", disse.
Sobre a possibilidade de o Brasil fechar um novo acordo com o FMI até o final do ano, Dawson disse, mais uma vez, que a decisão deve ser tomada pelo governo brasileiro.
"O atual acordo está nos trilhos e decisões sobre programa ou mudanças de metas cabe ao Brasil avaliar e discutir", afirmou o porta-voz do FMI.
Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil "não precisa" e "não é obrigado" a renovar o acordo com o FMI. Lula disse que a decisão pode depender "de que tipo de acordo" o país terá com o Fundo.

Investimento X despesa
Um dos pedidos que o Brasil deve fazer ao FMI se eventualmente quiser fechar um novo entendimento com a instituição é retirar os gastos com investimentos de empresas estatais da conta de despesas do país.
Dawson voltou a dizer ontem que esse assunto específico "tem vindo à tona particularmente no caso do Brasil" e que o FMI vem "analisando e discutindo o tema dentro do contexto de cada país e região".
O programa em vigor entre o Brasil e o Fundo foi fechado em 2002, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e permitiu ao país tomar um empréstimo de até US$ 30 bilhões, dos quais um terço ainda não foi sacado.
Até o momento, o país tem cumprido com folga as metas essenciais do acordo -quais sejam a economia para o pagamento de juros (superávit primário), para reduzir a dívida pública.


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