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VÔO ERRÁTICO
Com retomada ganhando fôlego, analistas do mercado estimam que Fed poderá elevar taxa ainda neste ano
Mercado dos EUA já fala em alta nos juros
DA REDAÇÃO
A divulgação de bons indicadores nos EUA provocou uma reviravolta nos principais mercados
do planeta. Com a atividade econômica ganhando força, analistas
já prevêem uma elevação na taxa
norte-americana de juros ainda
neste ano ou, no mais tardar, no
primeiro trimestre de 2004.
O rearranjo das posições dos investidores globais fez o euro cair
2%, recuando a US$ 1,09, o seu
menor valor ante o dólar nos últimos quatro meses. Pesa para o
enfraquecimento do euro a letargia econômica do bloco europeu,
com a Alemanha, a Itália e a Holanda mergulhadas em recessão.
Os juros futuros tiveram um dia
de alta no mercado norte-americano. O retorno dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento
em dois anos subiu para 1,98% ao
ano, quase o dobro dos juros do
Federal Reserve (banco central
norte-americano). Trata-se da
maior diferença entre as duas taxas desde julho do ano passado.
Ao mesmo tempo, os preços das
ações continuam em ascensão. A
Nasdaq subiu ao seu melhor nível
em 16 meses.
Os juros dos EUA estão em 1%
ao ano, o menor nível em mais de
quatro décadas. (No Brasil, caíram anteontem de 24,5% para
22%.) As baixas taxas dos EUA fazem investidores procurar outros
países para investir, à procura de
maiores retornos.
O Brasil acaba sendo um importante destino para esses recursos,
apesar de os riscos serem considerados mais elevados do que os dos
EUA. Mas, quanto menor a diferença com os juros americanos,
menos atraente, para os estrangeiros, pôr o dinheiro no Brasil.
Preocupados com o aumento
dos juros futuros, o que poderia
frear a retomada econômica, diretores do Fed afirmaram ontem
que não há nenhuma expectativa
para elevação da taxa.
O índice dos "leading indicators", tido com um dos principais
indicadores para estimar o desempenho futuro da economia,
registrou o quarto mês consecutivo de recuperação. O índice é
composto por dez indicadores
que dariam condições de estimar
o que ocorrerá na economia nos
próximos meses.
Segundo o Conference Board,
instituto responsável pelo cálculo,
o índice subiu 0,4% no mês passado, para 112,5 pontos. Ele foi fixado em cem pontos em 1996. A alta
desde março chega a 2%.
Em outro bom sinal, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de novos
pedidos de seguro-desemprego
recuou para 386 mil na semana
passada -o mais baixo nível em
seis meses.
A média de pedidos em quatro
semanas caiu para 394 mil. Economistas consideram que leituras
acima de 400 mil indicam recessão no mercado de trabalho. Para
os analistas, há evidências de uma
estabilização no mercado de trabalho. Mas, se por um lado os cortes perderam força, de outro as
contratações seguem fracas.
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