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São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

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VÔO ERRÁTICO

Com retomada ganhando fôlego, analistas do mercado estimam que Fed poderá elevar taxa ainda neste ano

Mercado dos EUA já fala em alta nos juros

DA REDAÇÃO

A divulgação de bons indicadores nos EUA provocou uma reviravolta nos principais mercados do planeta. Com a atividade econômica ganhando força, analistas já prevêem uma elevação na taxa norte-americana de juros ainda neste ano ou, no mais tardar, no primeiro trimestre de 2004.
O rearranjo das posições dos investidores globais fez o euro cair 2%, recuando a US$ 1,09, o seu menor valor ante o dólar nos últimos quatro meses. Pesa para o enfraquecimento do euro a letargia econômica do bloco europeu, com a Alemanha, a Itália e a Holanda mergulhadas em recessão.
Os juros futuros tiveram um dia de alta no mercado norte-americano. O retorno dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dois anos subiu para 1,98% ao ano, quase o dobro dos juros do Federal Reserve (banco central norte-americano). Trata-se da maior diferença entre as duas taxas desde julho do ano passado.
Ao mesmo tempo, os preços das ações continuam em ascensão. A Nasdaq subiu ao seu melhor nível em 16 meses.
Os juros dos EUA estão em 1% ao ano, o menor nível em mais de quatro décadas. (No Brasil, caíram anteontem de 24,5% para 22%.) As baixas taxas dos EUA fazem investidores procurar outros países para investir, à procura de maiores retornos.
O Brasil acaba sendo um importante destino para esses recursos, apesar de os riscos serem considerados mais elevados do que os dos EUA. Mas, quanto menor a diferença com os juros americanos, menos atraente, para os estrangeiros, pôr o dinheiro no Brasil.
Preocupados com o aumento dos juros futuros, o que poderia frear a retomada econômica, diretores do Fed afirmaram ontem que não há nenhuma expectativa para elevação da taxa.
O índice dos "leading indicators", tido com um dos principais indicadores para estimar o desempenho futuro da economia, registrou o quarto mês consecutivo de recuperação. O índice é composto por dez indicadores que dariam condições de estimar o que ocorrerá na economia nos próximos meses.
Segundo o Conference Board, instituto responsável pelo cálculo, o índice subiu 0,4% no mês passado, para 112,5 pontos. Ele foi fixado em cem pontos em 1996. A alta desde março chega a 2%.
Em outro bom sinal, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de novos pedidos de seguro-desemprego recuou para 386 mil na semana passada -o mais baixo nível em seis meses.
A média de pedidos em quatro semanas caiu para 394 mil. Economistas consideram que leituras acima de 400 mil indicam recessão no mercado de trabalho. Para os analistas, há evidências de uma estabilização no mercado de trabalho. Mas, se por um lado os cortes perderam força, de outro as contratações seguem fracas.


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