São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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Busca por vaga leva menos tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos sinais de recuperação no mercado de trabalho dos executivos é a diminuição no tempo que esses profissionais levam para encontrar uma vaga.
Levantamento da empresa Lens & Minarelli mostra que, no mês passado, os executivos gastavam 6,3 meses para achar emprego. De janeiro a junho deste ano, a média era de aproximadamente 8 meses.
Em julho, o tempo gasto para se recolocar no mercado foi menor do que no ano passado, quando a média era de 6,6 meses. Mais ainda está abaixo do tempo médio dos anos 2000 (5,2 meses), 2001 (5,4 meses) e 2002 (5,7 meses).
"Essa redução é um sinal da melhora do emprego para os altos executivos", diz Mariá Giuliese, diretora-executiva da Lens & Minarelli, empresa que cuida de executivos em transição de carreira.
Na Gutemberg Consultores, o tempo médio neste ano é de 3,2 meses, enquanto em 2003 era de 3,5 meses. "O tempo ainda é inferior ao do ano 2002, quando se levavam 2,5 meses para que o profissional retornasse ao mercado", diz Gutemberg B. de Macedo.
O executivo Paulo Sérgio Geraldo, 41, diz que havia se preparado para ficar seis meses fora do mercado, após ser demitido de uma empresa do ramo químico. "Nunca havia sido demitido. Fiquei inseguro e imaginei que fosse ficar desempregado por um período mais longo. Mas, desde junho, fui chamado para o processo de seleção de quatro empresas. Há uma semana estou em treinamento na empresa em que escolhi para trabalhar", afirma o diretor da Saint-Gobain Abrasivos.

Dicas
Para quem quer aproveitar as oportunidades desse mercado, especialistas de nove empresas consultados pela Folha recomendam principalmente intensificar e ampliar a rede de contatos e enviar currículos para as empresas em que quer trabalhar.
O profissional também deve ser flexível, estar aberto e disposto a encarar mudanças e participar de congressos, seminários e cursos de atualização profissional. Vale ainda escrever artigos para publicações especializadas, dar aulas e filiar-se a associações e entidades ligadas ao setores em que atua.
"Houve uma popularização dos cursos de MBA [Master in Business Administration]. Mesmo quem tem especialização ficou desempregado nos últimos anos. Na minha avaliação, o mercado melhorou. Mas as contratações ainda são são pontuais", afirma Gerson Correia, consultor de recursos humanos da DBM.
"Tenho dois amigos especializados no setor financeiro que ainda estão sem emprego", afirma Ricardo Mayrinck Pereira, recém-contratado pela Storagetec.
Os consultores dizem ainda que o que motiva a troca de emprego nesse mercado, além da chance de ganhar mais, é a opção por condições melhores de vida.
É o caso de Luciana Sanna Gherpelli, 38, que saiu de uma companhia de agronegócios de São Paulo para implementar e coordenar o setor de tesouraria do grupo Maggi. Ao trocar o eixo Rio-São Paulo por uma vaga no Mato Grosso, diz que optou em ter qualidade de vida. "Minha família é minha prioridade. Não adianta ganhar dinheiro e sequer ter tempo para gastá-lo", afirma.
(FF e CR)

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