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Emprego formal reage, mas não bate 2005
Após 4 meses de queda, criação de vagas com carteira assinada volta a crescer; acumulado em 2006 ainda perde para o do ano passado
Com aumento de 34% em julho, puxado pelo setor de serviços, resultado em sete meses chega a 1,078 milhão de novos postos no país
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O mercado de trabalho formal voltou a dar sinais de recuperação. Depois de quatro meses seguidos em que o número
de vagas criadas ficou abaixo
dos resultados verificados em
2005, o crescimento do emprego com carteira assinada mostrou novo fôlego em julho. No
mês passado, foram gerados
154.357 postos -31,4% a mais
que em julho de 2005.
Na análise do ano, porém, o
número de empregos criados
vem minguando mês a mês
desde abril. No início do período, a geração mensal de postos
estava em 229.803. O Ministério do Trabalho avalia que não
se trata de uma tendência, pois
esse movimento é típico nesta
fase do ano. "Essa comparação
não está correta. É uma maneira equivocada de olhar o resultado", argumenta o ministro do
Trabalho, Luiz Marinho.
Segundo ele, a comparação
correta deve ser feita com igual
mês dos demais anos. Ele
acrescenta que, tradicionalmente, o ritmo de geração de
emprego diminui a partir de
abril e volta a se recuperar entre agosto e outubro.
Técnicos do ministério salientam ainda que a variação de
junho para julho (número de
novas vagas reduziu-se em
0,7%) mostra estabilidade dos
dados (veja no quadro ao lado),
enquanto nos anos anteriores
havia uma clara diminuição na
quantidade de empregos criados no país.
Os números do emprego com
carteira assinada fazem parte
do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados). O levantamento é divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e reflete o desempenho do mercado de trabalho formal, exceto funcionalismo público e empregados
domésticos.
Em julho, os setores que mais
contribuíram para a ampliação
do mercado de trabalho foram
serviços (52.118 novos postos),
comércio (28.085 vagas) e agricultura (27.748 empregos). No
caso da indústria da transformação, foram criados 20.993
postos, resultado bem acima do
registrado em julho do ano passado (6.119 vagas).
Para Marinho, segmentos como calçados e madeira e mobiliário, que desde o ano passado
vinham demitindo trabalhadores, começaram a esboçar uma
reação. "Há uma combinação
de fatores. Pode ser resultado
das medidas de câmbio ou das
mudanças no crédito", declarou o ministro. Recentemente
o governo anunciou alterações
nas regras cambiais e uma linha
de crédito especial para esses
setores.
Retomada
O governo aposta que já neste mês será possível notar uma
retomada mais evidente do emprego formal. A expectativa é
que o segundo semestre apresente resultados melhores que
os apurados nos seis primeiros
meses do ano. Isso permitirá
que 2006 seja um ano "ligeiramente" melhor que 2005 para
o mercado de trabalho formal,
avalia Marinho.
"Até o final do ano, vamos ver
que 2006 será um pouquinho
melhor que 2005. Não podemos querer que seja igual a
2004, que vinha de uma base
baixa de comparação. O importante é que o aumento do emprego seja contínuo", afirmou.
No acumulado do ano, o mercado de trabalho formal já contabiliza 1,078 milhão de novos
empregos. O resultado ainda é
inferior ao dos sete primeiros
meses de 2005: 1,083 milhão. O
número fechado do ano passado é de 1,253 milhão de vagas.
No governo Luiz Inácio Lula da
Silva, o total de empregos formais alcança 4,5 milhões. Na
campanha de 2002, o então
candidato petista mencionou a
intenção de gerar 10 milhões de
empregos, mas sem detalhar se
era somente no mercado formal ou não.
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