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Furlan prevê pacote "inovador" para o setor
ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan,
criticou ontem o imediatismo
na interpretação dos resultados da economia brasileira e
disse que as medidas que o governo pretende lançar ainda
neste mês só devem ter efeito
concreto em 2007. Entre eles,
destacou o pacote de incentivo
à produção de semicondutores.
"Todos [os pacotes] são importantes; o mais inovador talvez seja o pacote para a atração
de investimentos na área de semicondutores, porque esse é
um dos quatro pilares da política industrial brasileira, que lançamos em 2004 e que ainda não
conseguimos executar por falta
de um conjunto de medidas de
atração de investimentos", disse em São Paulo.
Furlan não deu mais detalhes sobre o pacote dos semicondutores, centro de polêmica sobre a desoneração. Há
duas semanas, o secretário de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, negou a
possibilidade de usar a desoneração para semicondutores como meio para estimular a indústria eletrônica. O secretário
acabou desmentido pelo chefe
da pasta, Guido Mantega, e posteriormente esclareceu que
"não é possível desonerar o que
não existe", ou seja, o pacote seria um estímulo à criação de
uma indústria de semicondutores brasileira.
Questionado sobre a suposta
divergência, Furlan negou o
mal-estar interministerial:
"Não há divergência nenhuma,
o que há é uma busca de convergência".
Voltando de férias, o ministro acabara de fazer uma palestra a convidados da Câmara de
Comércio Suíço-Brasileira, em
que destacou o etanol como
produto com potencial para
puxar o aumento das exportações brasileiras para a Suíça.
Imediatismo
Furlan criticou os que revisaram a projeção de crescimento
da economia brasileira para
3,5% em 2006, segundo ele, por
se apegarem a números influenciados sazonalmente. "A
gente aqui no Brasil é muito influenciado por eventos no curtíssimo prazo", disse, voltando
a citar a queda da produção industrial e do comércio em dias
de jogos da Copa do Mundo
(em junho e julho) como a responsável pelo pessimismo.
"Ainda é possível ter um
[crescimento do] PIB ao redor
ou até um pouco acima de 4%.
Não há sobressaltos que mostrem que existe uma perda concreta e definitiva de vitalidade
da economia e dos investimentos brasileiros."
Os números do comércio exterior comprovariam a tese de
Furlan sobre o dinamismo da
economia: "Neste mês de agosto, nós provavelmente vamos
bater recorde novamente de
exportações e de corrente de
comércio". Segundo o ministro,
as exportações brasileiras devem ultrapassar neste mês o recorde de julho -US$ 13,6 bilhões- e alcançar US$ 132 bilhões no ano (em 12 meses).
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