São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Furlan prevê pacote "inovador" para o setor

ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, criticou ontem o imediatismo na interpretação dos resultados da economia brasileira e disse que as medidas que o governo pretende lançar ainda neste mês só devem ter efeito concreto em 2007. Entre eles, destacou o pacote de incentivo à produção de semicondutores.
"Todos [os pacotes] são importantes; o mais inovador talvez seja o pacote para a atração de investimentos na área de semicondutores, porque esse é um dos quatro pilares da política industrial brasileira, que lançamos em 2004 e que ainda não conseguimos executar por falta de um conjunto de medidas de atração de investimentos", disse em São Paulo.
Furlan não deu mais detalhes sobre o pacote dos semicondutores, centro de polêmica sobre a desoneração. Há duas semanas, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, negou a possibilidade de usar a desoneração para semicondutores como meio para estimular a indústria eletrônica. O secretário acabou desmentido pelo chefe da pasta, Guido Mantega, e posteriormente esclareceu que "não é possível desonerar o que não existe", ou seja, o pacote seria um estímulo à criação de uma indústria de semicondutores brasileira.
Questionado sobre a suposta divergência, Furlan negou o mal-estar interministerial: "Não há divergência nenhuma, o que há é uma busca de convergência".
Voltando de férias, o ministro acabara de fazer uma palestra a convidados da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, em que destacou o etanol como produto com potencial para puxar o aumento das exportações brasileiras para a Suíça.

Imediatismo
Furlan criticou os que revisaram a projeção de crescimento da economia brasileira para 3,5% em 2006, segundo ele, por se apegarem a números influenciados sazonalmente. "A gente aqui no Brasil é muito influenciado por eventos no curtíssimo prazo", disse, voltando a citar a queda da produção industrial e do comércio em dias de jogos da Copa do Mundo (em junho e julho) como a responsável pelo pessimismo.
"Ainda é possível ter um [crescimento do] PIB ao redor ou até um pouco acima de 4%. Não há sobressaltos que mostrem que existe uma perda concreta e definitiva de vitalidade da economia e dos investimentos brasileiros."
Os números do comércio exterior comprovariam a tese de Furlan sobre o dinamismo da economia: "Neste mês de agosto, nós provavelmente vamos bater recorde novamente de exportações e de corrente de comércio". Segundo o ministro, as exportações brasileiras devem ultrapassar neste mês o recorde de julho -US$ 13,6 bilhões- e alcançar US$ 132 bilhões no ano (em 12 meses).


Texto Anterior: Indústria vende 6 milhões de TVs até junho
Próximo Texto: Superávit no ano chega a US$ 28,3 bi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.